Publicada em 28/02/2023 às 09h32
Um relatório dos serviços de inteligência da Itália aponta que a Rússia se prepara para uma guerra de "longo prazo" na Ucrânia, mas destaca que é "improvável" que o regime de Vladimir Putin recorra ao uso de armas nucleares.
"Para os russos, uma pausa operacional é essencial para se recuperar e se preparar para uma guerra de longo prazo. Moscou tenta aproveitar esse período de relativa estagnação para reiniciar as atividades do complexo militar produtivo russo, que começa a sentir os impactos das sanções ocidentais", diz o relatório anual de inteligência entregue ao Parlamento italiano nesta quarta-feira (28).
De acordo com o documento, a proposta de incrementar as Forças Armadas da Rússia com até 1,5 milhão de soldados "confirma a intenção" do regime Putin de "prosseguir o conflito até alcançar seus principais objetivos".
Por outro lado, os serviços de inteligência italianos avaliam como "improvável" a possibilidade de uso de armas nucleares por parte de Moscou neste momento. Segundo o relatório, a Rússia iniciou 2023 controlando cerca de 20% do território ucraniano e mais de 75% da costa do país. Quase 50% da infraestrutura energética da Ucrânia foi danificada.
O documento ainda alerta que a Rússia "não vai parar de interferir nas dinâmicas políticas" dos países da Organização do Trado do Atlântico Norte (Otan), "recorrendo mais que no passado a métodos coercitivos e manipuladores, como ataques cibernéticos, desinformação e chantagens".