Publicada em 09/02/2023 às 14h42
Porto Velho, RO – O senador de Rondônia Confúcio Moura, do MDB, se pronunciou no púlpito do Senado Federal na última quarta-feira (08), um mês após os atentados terroristas de Brasília patrocinados contra as sedes dos Três Poderes.
Moura classificou como “tentativa fracassada de golpe” comparando o movimento antidemocrático às ditaduras de Getúlio Vargas e militar; além do integralismo de Plínio Salgado.
“O patrimônio público foi agredido com a destruição de prédios, de móveis, de símbolos e de acervo artístico. O que se viu foi um sentimento e um comportamento de bando provocado por uma minoria com objetivos definidos, movida por um discurso de intervenção militar no governo brasileiro. O mundo viu, o Brasil viu, e 93% da nossa população rejeitaram essa tentativa de golpe”, anotou.
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NOTAS TAQUIGRÁFICAS
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO. Para discursar.) - Sr. Presidente, Senadoras, Senadores, telespectadores, funcionários do Senado, visitantes.
Hoje, dia 8 de fevereiro, completam-se justamente 30 dias da tentativa fracassada de um atentado contra a democracia brasileira, data que nunca poderá ser esquecida, pela gravidade, pela ousadia, pelo atrevimento de um golpe que, felizmente, não se concluiu e não ocorrerá, por causa da reação enérgica e decisiva da sociedade brasileira.
Essa data não pode ser esquecida - 8 de janeiro de 2023 -, como não podem ser esquecidos outros movimentos análogos, como a ditadura de Vargas, como o integralismo de Plínio Salgado, ou a ditadura militar iniciada em 1964, que nos remete a tristes memórias.
O patrimônio público foi agredido com a destruição de prédios, de móveis, de símbolos e de acervo artístico. O que se viu foi um sentimento e um comportamento de bando provocado por uma minoria com objetivos definidos, movida por um discurso de intervenção militar no governo brasileiro. O mundo viu, o Brasil viu, e 93% da nossa população rejeitaram essa tentativa de golpe.
A ação desses vândalos que invadiram e que depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto representa o ponto mais baixo da nossa trajetória recente. O que foi feito é criminoso e deve ser combatido, investigado e punido dentro das normas jurídicas existentes. As responsabilidades por esses ataques covardes à democracia devem ser apuradas, sendo punidos na medida da sua culpa.
A democracia não foi abalada no todo; pelo contrário: saiu vitoriosa com o fortalecimento dos pilares dos três Poderes da República.
A conjuntura requer de nós, Congressistas, um compromisso para a defesa e o fortalecimento da democracia e das instituições brasileiras, conforme está previsto na nossa Constituição.
Estamos todos mobilizados: o tempo é de força, o tempo é de união.
Tenho acompanhado com interesse as declarações de colegas Senadores e Senadoras e faço votos para que os três Poderes cooperem entre si, com esse objetivo de fortalecimento do Estado democrático de direito.
Aproveito esta oportunidade para elogiar o pessoal da Polícia Legislativa do Senado e da Câmara na pessoa da Policial feminina aqui do Senado Graziela Ramalho Galdino De Morais, que se encontrava na linha de frente do combate aos agressores e que, inclusive, foi xingada e ameaçada de morte.
O trabalho e a atuação da Polícia Legislativa do Senado foram grandiosos, extraordinários.
Ali na improvisação e no quente do conflito, cinquenta e poucos policiais legislativos, para enfrentar uma turba ensandecida, tiveram a calma de combater, estrategicamente, e atuaram com dedicação todos esses policiais, com resiliência e bravura, contra os vândalos, no dia 8 de janeiro de 2023.
Registro que essa polícia..
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) - ... efetuou 44 prisões em flagrante de criminosos que praticaram atos antidemocráticos dentro do Senado Federal.
Quero ainda destacar o papel das forças de segurança, que, após aquele episódio inicial de omissão, demonstraram uma capacidade muito grande para o enfrentamento e a solução do conflito, que teve uma repercussão mundial. Elas são os bastiões do Estado democrático de direito, não podem ser vistas como outra coisa.
Quero concluir, Sr. Presidente, a minha exortação.
Precisamos trabalhar unidos pela reconstrução do país, unidos para tirar o Brasil do buraco, unidos para recuperar as décadas perdidas seguidamente! Precisamos fortalecer a cultura cívica, o compromisso democrático, abraçar a tolerância - estou terminando, Sr. Presidente -, promover o diálogo. O trabalho é duro, o trabalho é árduo, mas é essencial para que retomemos o caminho do desenvolvimento com democracia, que é o nosso fim comum.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MG) - Muito obrigado, Senador Confúcio Moura.