Publicada em 17/03/2023 às 15h41
Estada prolongada nos EUA, atos golpistas do 8 de Janeiro e, mais recentemente, episódio das joias da Arábia Saudita afetaram mobilização pelo ex-presidente e pela ex-primeira-dama em redes sociais.O desgaste de imagem de Jair e Michelle Bolsonaro tem se mostrado mais perceptível entre o público evangélico, que votou em peso no ex-presidente em 2018, quando eleito, e em 2022, quando perdeu a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com especialistas que fazem monitoramento de redes sociais.
Já havia sinais de desgaste gradual da figura de Bolsonaro desde 8 de janeiro de 2023, quando houve a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília, acentuado pela decisão do ex-presidente de permanecer fora do Brasil desde 30 de dezembro de 2022.
Agora, com o episódio das joias que ele e Michelle receberam de presente do governo da Arábia Saudita e não declararam à Receita Federal na entrada ao Brasil, ficou mais perceptível a desaprovação entre os eleitores mais religiosos.
De acordo com Magali Cunha, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (ISER) e editora-geral do Coletivo Bereia, que faz checagem de fatos publicados em mídias religiosas e em mídias sociais brasileiras com conteúdos sobre religiões, foi visível nas redes um certo silenciamento deste público em relação ao caso das joias.
"Pelo nosso monitoramento de mídias cristãs, o silêncio e o apoio reservado [do público evangélico e católico] tem um significado: a imagem está manchada. Não é simples fazer esta defesa [sobre a aquisição das joias] como em outras situações", afirma a especialista, que também é membro da Associação Internacional em Mídia, Religião e Cultura.