Publicada em 15/03/2023 às 09h03
A Casa Branca e o Kremlin trocaram ameaças nestra quarta-feira (15), após um drone norte-americano ser derrubado na terça-feira (14) por militares russos. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que, após o episódio, as relações entre os dois países estão em um estado "lamentável" e que desceram ao nível mais baixo.
O drone de vigilância militar dos EUA MQ-9 caiu no Mar Negro depois que um jato russo Su-27 atingiu sua hélice, segundo o Pentágono.
Este é o primeiro incidente militar envolvendo os Estados Unidos desde a invasão russa à Ucrânia, há mais de um ano, e o caso levantou alertas por um conflito entre Moscou e Washington - desde o início da guerra, os dois países trocam ameaças. O Kremlin critica constantemente o envio de armas à Ucrânia por países do Ocidente, principalmente os Estados Unidos.
Em entrevista à rede CNN Internacional, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, avisou à Rússia que as tropas do país devem agora ser mais cuidadosas agora quando enviarem aeronaves ao espaço aéreo internacional perto dos Estados Unidos - o Pentágono alegou que o drone sobrevoava águas internacionais no momento em que foi derrubado.
Mais cedo, o Kremlin deu um recado similar - disse que cabe aos EUA ter mais cuidado em exercícios próximos à Rússia.
John Kirby disse ainda que o drone derrubado pode nunca mais ser recuperado. Ele não informou se haverá trabalho de busca na região.
Entenda o caso
Na terça-feira (14), o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que dois jatos russos realizaram uma interceptação "imprudente" do drone espião norte-americano, o que resultou na colisão entre o SU-27 e o equipamento. Várias vezes antes da colisão, segundo os americanos, as aeronaves despejaram combustível no drone e voaram na frente dele em manobras inseguras.
“Nossa aeronave MQ-9 estava conduzindo operações de rotina no espaço aéreo internacional quando foi interceptada e atingida por uma aeronave russa, resultando em um acidente e na perda total do MQ-9”, disse James Hecker, general da Força Aérea dos EUA, em comunicado.
Já o Ministério da Defesa da Rússia disse que o drone norte-americano foi detectado perto da fronteira russa e, portanto, os jatos decolaram para averiguar a situação. A TASS, agência de notícias russa, negou o uso de armas aerotransportadas e o contato com o equipamento dos EUA.
"Devido a manobras bruscas, o drone norte-americano entrou em voo descontrolado com perda de altitude e colidiu com a superfície da água", pontua a agência.