Publicada em 25/03/2023 às 10h13
Rondônia é um jovem (pouco mais de 40 anos de emancipação político-administrativa) e, ainda, em franca evolução. Muito se fez, mas há muito o que fazer em setores básicos como saneamento básico, saúde, educação, boas estradas e transitáveis o ano todo. A região que faz parte da Amazônia tem somente duas estações climáticas (verão seis meses de seca, quando pouco chove) e inverno (seis meses de chuvas em quase todos os dias).
Rondônia e boa parte dos estados do Norte do País é atípica e exige atenção diferenciada. Quando o Estado foi criado o governo abriu espaços para os desbravadores e aqui aportaram gente do Sul, Centro Oeste, Nordeste, Sudeste e também da região, inclusive estrangeiros. Rondônia foi e hoje, continua sendo um eldorado em termos de desenvolvimento, oportunidades.
Hoje o Estado está entre os primeiros na produção de gado de corte, é destaque em rebanho de leite, é forte na piscicultura., já foi mais pujante com o café e feijão, mas passa por um momento de pleno desenvolvimento na produção de soja e milho. Rondônia é um Estado de terras férteis e produtivas praticamente durante o ano todo. A friagem, como se diz por aqui, em algumas poucas regiões atinge 15 graus. Para o rondoniense uma sensação de neve.
O leitor poderá dizer que “ainda é muito cedo” para cobranças dos políticos na área federal, que assumiram no dia 1º de fevereiro. O argumento tem sentido, mas os deputados federais (oito) e os senadores (três), no caso das eleições de outubro de 2022, foram eleitos nas eleições do primeiro turno, dia 2 de outubro. No caso do Senado, dois deles (Confúcio Moura-MDB e Marcos Rogério, que está licenciado e o advogado Samuel Pereira de Araújo) estão no cargo há 4 anos. Jaime Bagattoli (PL) assumiu em fevereiro. Com relação à Câmara Federal, três estão no cargo há 4 anos e foram reeleitos, Sílvia Cristina-PL e coronel Chrisóstomo Moura (PL), e Lúcio Mosquini-MDB na segunda reeleição.
A economia de Rondônia, assim como a do país é alicerçada em grande parte ao agronegócio. O Brasil, que já foi exemplo em ferrovias, desde o governo Juscelino Kubistchek priorizou o sistema rodoviário, de custo elevado e dependente de boas estradas para poder transportar o progresso e o desenvolvimento.
Rondônia tem a facilidade de um porto graneleiro, no rio Machado em Porto Velho, que facilita a exportação da maioria da produção de soja do Estado e de parte do Mato Grosso. Para tudo fluir com eficiência boas estradas são fundamentais, mas não é isso o que ocorre,
Nossa principal rodovia federal é a BR 364, obsoleta, construída na década de 80 e as mínimas condições de atender a demanda de tráfego atual com cerca de 2,5 mil veículos pesados em períodos de safra de soja e milho. Todos os anos, no período de seca, as empreiteiras “enchem as burras”, ganhando muito dinheiro para um serviço, que não suporta os seis meses de chuvas.
Há tempo os políticos da área federal são cobrados para a necessidade de restauração e adequação da BR 364, no trecho entre Porto Velho a Vilhena, na divisa com o Mato Grosso. Estamos no final do período de chuvas e transitar na 364 no trecho que passa por Itapuã do Oeste é uma aventura. Motoristas de veículos de passeio, mesmo sendo bem mais ágil que as carretas não conseguem fazer ultrapassagens, devido ao tráfego intenso. Quem se arrisca, quase sempre perde a vida, por isso a ligação Porto Velho a Vilhena é conhecida como “Corredor da Morte”, devido ao elevado volume de acidentes, quase sempre ceifando vidas, enlutando famílias.
Estamos no século 21, onde a eletrônica está presente em tudo na vida das pessoas e temos que trafegar em uma rodovia sem as mínimas condições de segurança. Não se tem a certeza de sair e chegar ao destino.
Nossos três senadores, os oitos deputados federais, 52 prefeitos e dezenas de vereadores devem somar forças e cobrar do governo federal a adequação da BR 364 entre Porto Velho a Vilhena. E não somente a restauração, mas a Duplicação Já.
Nas últimas semanas Rondônia está sendo chacota nas redes sociais. Caminhoneiros que tiveram que enfrentar a 364, inclusive a aventura de passar pelo trevo de acesso a Itapuã do Oeste editaram vídeos nas redes sociais, como se estivessem em Estado primitivo, dos tempos das carroças. É importante lembrar, que Rondônia foi o segundo estado a implantar celular e o primeiro a disponibilizar o celular digital. O problema não é a sua gente, seja nativa ou não, mas a falta de ação de boa parte dos políticos.
Também é necessário cobrar do governo do Estado melhorias e adequação do porto graneleiro do rio Madeira, na capital, que está obsoleto e sem condições de suportar com a devida eficiência o volume da exportação de grãos (soja e milho). O porto precisa de melhorias, modernidade e gestão futurista, porque Rondônia certamente será em curto espaço de tempo líder na produção de soja do País.