Publicada em 21/03/2023 às 09h53
O presidente da China, Xi Jinping, disse nesta terça-feira (21) que o seu país e a Rússia são “grandes potências vizinhas” e “sócios estratégicos”. Xi também convidou o presidente russo Vladimir Putin para uma visita ao país asiático.
O líder chinês desembarcou em Moscou na segunda-feira (20) a convite do Kremlin. Nesta terça, ele participou de uma reunião com o primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin. No encontro, Xi declarou que o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, “seguirá dando prioridade à colaboração estratégica global entre China e Rússia”. “Somos grandes potências vizinhas e amplos sócios estratégicos”, disse o presidente chinês.
Na segunda-feira, Xi e Putin discutiram o plano de paz que Pequim quer apresentar para Rússia e Ucrânia, mas que Kiev deve rejeitar por contemplar, entre outros pontos, que as tropas russas não deixem as áreas ocupadas no território ucraniano.
O Kremlin não deu mais detalhes sobre o conteúdo da conversa entre os dois líderes. Desde o início deste ano, Putin tem falado frequentemente sobre uma parceria “estratégica” com Pequim. Serviços de inteligência do Reino Unido e dos Estados Unidos apontam que a Rússia começou a comprar armas da China para tentar fazer frente ao apoio do Ocidente à Ucrânia.
Mas Pequim afirma que a viagem é o primeiro passo na tentativa da China de liderar uma nova rodada de negociação de paz entre Rússia e Ucrânia. Essa é a primeira viagem do presidente chinês à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. A visita acirra as tensões com o Ocidente, que acusa Pequim de fornecer armas ao Exército russo. O governo chinês nega.
A visita de Xi acontece depois de o Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda, emitir um mandado de prisão contra Putin pelo crime de “deportação ilegal” de crianças da Ucrânia à Rússia.