Publicada em 11/03/2023 às 09h54
Porto Velho, RO – No decorrer da semana o Rondônia Dinâmica veiculou opinião sobre os primeiros desdobramentos de ordem política relacionados à crise do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) em Porto Velho.
Isto ocorreu publicamente assim que Hildon Chaves, do União Brasil, apontou, especificamente – e por nomes –, o ex-deputado federal Léo Moraes e os vereadores Gilber Mercês e Ellis Regina como atravancadores da solução.
Na visão do alcaide, o emperramento resolutivo da matéria fora concebido pelo trio, em nome do Podemos, partido presidido por Moraes regionalmente, visando a antecipação do processo eleitoral de 2024.
A fala gerou ruptura numa relação que até então era inabalável; com isso, óbvio, também deflagou-se um processo de rusga eletiva cujo objetivo é destronar o grupo de Chaves. O chefe do Executivo municipal não pode se reeleger, porém certamente estenderá o tapete para seu eventual sucessor.
Paralelamente, as raízes destrutivas da fissura também encostam em quem não tem nada a ver com a história. Reconduzido às rédeas do Palácio Rio Madeira no pleito do ano passado, Marcos Rocha (União Brasil) já tinha o mandatário da Capital como aliado. Assim que passou para o segundo turno, acabou fechando parceria “crítica” com o antigo representante da bancada rondoniense em Brasília, desafeto histórico do correligionário.
A partir disso, os bastidores pulularam. Cogitava-se, com certo grau de certeza, que Léo seria o substituto de Paulo Higo Ferreira de Almeida no Departamento de Trânsito de Rondônia (DETRAN/RO), uma das maiores vitrines dentre todos os organismos administrativos do Estado.
Se Moraes caísse lá, lado outro, criaria pedregulhos gigantescos no caminho do ex-promotor de Justiça e suas intenções vindouras.
Não só seu potencial sucessor teria de enfrentar um “rojão” na próxima peleja voto a voto quanto ele próprio e sua vontade de gerir Rondônia seriam significativamente afetados por um Léo Moraes mais forte, menos criticado, mais visto, com holofotes sobre possíveis realizações e talvez o ombreando na corrida de 2026.
Esses riscos, por quem é “vivo”, são cortados pela raiz. E justamente por conta desse exercício palpável de futurologia é que Hildon Chaves, de acordo com versões extraoficiais dos rincões palacianos, teria “derramado chope” nas pretensões de Léo Moraes em relação a operar administrativamente a autarquia que comanda todo o trânsito local.
Resumidamente, as disputas políticas já estão a todo o vapor atrás das cortinas, longe daquilo que os olhos conseguem ver.