Publicada em 30/03/2023 às 09h54
Porto Velho, RO – São quase 60 dias de mandato e alguns expoentes da nova safra política de Rondônia gestada pelo bolsonarismo, banhada pelo conservadorismo e temperada com ideais neoliberais já demonstraram a que vieram.
O Rondônia Dinâmica pinçou exemplos tanto na Assembleia Legislativa do Estado (ALE/RO); quanto na Câmara dos Deputados e também Senado Federal.
Hoje, pelo bem ou mal, quem mais aparece na mídia defendendo pautas de seu espectro é o Delegado Rodrigo Camargo, do Republicanos, eleito sob a égide da mais pura concepção destra do tabuleiro. Por enquanto, exaltado pelos seus e defenestrado por adversários, é o que mais se posta na defesa irrefreável do que apresentou durante as eleições de 2022.
Camargo mostrou seu lado delegado ao "prensar" representantes da Energisa na Comissão de Defesa do Consumidor na ALE-RO / Reprodução
Tirando as matérias polêmicas, como promover isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para aquisição de armas; repudiar show de funkeira; conceder medalha com o nome de Olavo de Carvalho a educadores; e dar voto de louvor para cada bobagem vista em cenário nacional, há algo primordial que faz dele um aliado forte do povo de Rondônia.
Quando escolheu ressuscitar a “briga” com a Energisa, concessionária de energia elétrica responsável por reiterados abusos contra o consumidor e também, segundo ele, por uma dívida de mais de R$ 1,7 bilhão com Rondônia, saiu um pouco do “personagem”. E largando esse seu lado meio “pavão” fixou sua personalidade de policial travando uma batalha prática, necessária, e com potenciais resultados na seara da realidade caso não desista da empreitada.
Cristiane criou polêmica, mas também produz com pautas a favor da educação; de pessoas atípícas e comunidades ribeirinhas / Reprodução
Cristiane Lopes, lado outro, começou causando em Brasília com seu ímpeto cristão “à flor da pele”. A despeito do imbróglio ao defender evangelistas “ex-gays” e “ex-travestis”, sendo acusada de promover uma espécie de “cura” [ela nega], a parlamentar apresenta resultados diários transitando por temas diversos.
Cristiane usa as redes socias para se postar contra o aborto; defendendo pensão para os órfãos cujas mães foram vítimas de feminicídio; defendendo causas de pessoas atípicas, especialmente autistas; pleiteando melhorias na educação brasileira; apoiando produtores rurais e dando atenção à saúde da comunidade ribeirinha.
Senador de Rondônia soa como secretário de Bolsonaro / Reprodução
Isso faz de Jaime Bagattoli a figura mais “insípida”, “inodora” e “incolor” do trio na capital federal.
Por ora o já rico pecuarista vem recebendo dinheiro público só para passear entre o Norte e o Centro-Oeste.
Algumas ações genéricas defendendo o agronegócio local; defesa da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro (CPMI) e postagens anunciando “contagem regressiva” do ex-presidente Jair Bolsonaro para o Brasil, como se fosse o secretário pessoal do ex-mandatário, responsável pela sua agenda.
Neste sentido, Bagattoli, um senador da República, soa como seu colega de legenda, o parlamentar federal Coronel Chrisóstomo, que há pouco se incomodava com o sanitário do Poder bancando verdadeiro “fiscal de banheiro”.
Sobra ideologia, e mesmo assim “meia-boca”, descompromissada, mais “bajulesca” que qualquer outra coisa, e falta resultado empírico, anúncio de recursos para Rondônia e maior produção legislativa.
O congressista licenciado Marcos Rogério, ainda no PL, mas não mais seu condutor (agora é justamente Bagattoli), produzia muito mais nas duas vertentes.
Como bolsonarista foi um defensor muito maior e contumaz; e como membro do Congresso Nacional brasileiro nem se fala.
Sim, são apenas quase 60 dias. Mas é tempo suficiente para demonstração de trabalho, fato comprovado pela dupla Rodrigo Camargo e Cristiane Lopes.