Publicada em 18/03/2023 às 09h44
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta sexta-feira (17/03) que a Turquia deve iniciar o processo de ratificação da candidatura de adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Parlamento turco.
Um dos argumentos de Erdogan para a decisão é que o país europeu tomou "medidas sinceras e concretas" em relação à residência de curdos e membros de outros movimentos opositores de Erdogan que fugiram da Turquia.
O presidente finlandês, Sauli Niinisto, esteve em Ancara nesta sexta para se encontrar com Erdogan, o que corroborou o avanço das negociações.
"Decidimos iniciar o protocolo de adesão da Finlândia à Otan em nosso Parlamento", disse Erdogan após o encontro.
Niinisto louvou a decisão: "Já havíamos compreendido que a Turquia já tinha decidido [sobre a adesão] e assiná-la hoje confirma que o Parlamento turco começa a analisar a ratificação da adesão da Finlândia."
Com a concordância de Erdogan, a candidatura da Finlândia deve ser votada no Parlamento turco, onde o partido do presidente e seus aliados têm maioria. A ratificação é esperada para ocorrer antes que a Turquia realize suas próximas eleições presidenciais e parlamentares, dia 14 de maio.
Para ingressar na Otan, a organização exige a aprovação unânime de seus 30 membros. Turquia e Hungria são os dois únicos países que ainda não fizeram isso para as candidaturas de Suécia e Finlândia.
Mate Kocsis, líder parlamentar húngaro do partido governista Fidesz, disse que o país votará pela ratificação da adesão da Finlândia à Otan no dia 27 de março, e que os governistas, que têm maioria, apoiarão a proposta de forma unânime.
Finlândia e Suécia solicitaram formalmente a adesão à Otan em 18 de maio de 2022, quase três meses depois do início da invasão russa da Ucrânia. A decisão encerrou décadas de neutralidade militar de ambos os países, que se mantiveram neutros durante todo o período da Guerra Fria.