Publicada em 09/03/2023 às 08h56
Manisfestantes foram às ruas de Tel Aviv, em Israel, para protestar contra medidas autoritárias que podem ser tomadas em breve pelo primeiro-ministro do país Benjamin Netanyahu.
O movimento está sendo chamado de "dia da resistência".
Os manifestantes estão bloqueando órgãos e organizações que apoiem as mudanças judiciais propostas pelo atual governo. Além disso, o protesto prevê diminuir ou bloquear a circulação no principal aeroporto de Tel Aviv onde o primeiro-ministro passará a caminho de Roma. A ideia é que ele não inicie o trajeto.
Itamar Ben Gvir, Ministro da Segurança Nacional e um dos maiores aliados do premiêm disse que a polícia não pode deixar o movimento acontecer.
O alvoroço sobre a revisão legal de Netanyahu mergulhou Israel em uma de suas piores crises domésticas. Além dos protestos, que atraíram dezenas de milhares de israelenses às ruas e recentemente se tornaram violentos, a oposição surgiu em toda a sociedade, com líderes empresariais e autoridades legais se manifestando contra o que dizem ser os efeitos ruinosos do plano. A divisão não poupou os militares de Israel, que estão enfrentando uma oposição sem precedentes de suas próprias fileiras.
“Israel está prestes a se tornar um país autocrático. O atual governo está tentando destruir nossa democracia e, na verdade, destruir o país”, disse Savion Or, um manifestante em Tel Aviv.
Medidas autoritárias
As mudanças defendidas por Netanyahu no sistema judiciário tornarão mais fraco o Supremo Tribunal Federal.
Se essa mudança for aprovada, a mais alta corte do país perderá poder para o Parlamento, que poderá anular as suas decisões por maioria simples de votos e terá controle sobre a nomeação de juízes.
No momento, Netanyahu tem apoio da maioria do Parlamento.
Esses fatores combinados podem dar ao atual premiê muito poder e abrir espaço para um governo totalmente autoritário e sem a base principal de uma democracia, a igualdade dos três poderes.