Publicada em 31/03/2023 às 08h51
A Agência de Proteção de Dados da Itália informou nesta sexta-feira (31) que decidiu bloquear provisoriamente o uso do ChatGPT, por suspeita de desrespeitar a legislação envolvendo a privacidade dos dados pessoais e de não verificar a idade dos usuários.
As autoridades italianas também abriram uma investigação sobre o chatbot desenvolvido pela empresa OpenAI para verificar a possibilidade de violação das regras de coleta de dados do aplicativo de inteligência artificial (IA).
A agência italiana alegou “a ausência de qualquer base legal que justifique a recolha e armazenamento massivo de dados pessoais de forma a 'treinar' os algoritmos subjacentes ao funcionamento da plataforma”, informou a Reuters.
Ainda de acordo com as autoridades, o ChatGPT não disponibiliza qualquer filtro de verificação de idade dos usuários. O aplicativo deve ser reservado para usuários de 13 anos ou mais.
A decisão, que tem "efeitos imediatos", terá como consequência "a limitação provisória do tratamento dos dados dos usuários italianos relativamente à OpenAI", afirmou em comunicado da Agência de Proteção de Dados.
A OpenAI não se manifestou sobre a determinação. A empresa não tem sede na União Europeia, mas designou um representante para a região e deve comunicar em até 20 dias as providências tomadas em relação ao caso, segundo a agência de notícias Ansa.
Desde o lançamento no ano passado, o ChatGPT levou rivais a lançar produtos similares ou passar a integrar tecnologias semelhantes em seus aplicativos e produtos.
A estimativa é de que o ChatGPT tenha atingido 100 milhões de usuários ativos mensais em janeiro, apenas dois meses após o lançamento e é considerado o aplicativo de consumo de crescimento mais rápido da história, de acordo com um estudo do UBS publicado no mês passado.
A Europol, agência de aplicação da lei da União Europeia, alertou nesta semana sobre o potencial uso indevido do chatbot em tentativas de phishing, desinformação e crimes cibernéticos, somando a um coro de preocupações que vão desde questões legais até questões éticas.
Além disso, figuras importantes da área da tecnologia também assinaram uma carta em que defendem uma suspensão por ao menos seis meses do desenvolvimento de sistemas de IA mais poderosos.
Eles citam riscos e perigos para humanidade e dizem que a corrida para a evolução desses programas está fora de controle.