Publicada em 07/03/2023 às 08h06
Judith "Judy" Heumann faleceu aos 75 anos / Reprodução
Por Vinicius Valentin Raduan Miguel*
"Alguns dizem que eu mudei o mundo. Mas eu simplesmente me recusei a aceitar o que os outros diziam que eu poderia ser". - Judy Heumann
Soube agora - com dias de atraso - do falecimento da histórica liderança por direitos de pessoas com deficiências, Judith "Judy" Heumann.
Ela faleceu aos 75 anos, em 04/03/2023.
Após contrair polio com cinco anos, ficou cadeirante. Já na escola e faculdade, organizava protestos por melhores condições de acessibilidade nas instituições.
Após concluir o mestrado, foi proibida de lecionar em Nova Iorque com a alegação de que, por ser pessoa com deficiência, não poderia socorrer os estudantes em uma situação de emergência ou incêndio.
Irresignada, venceu a disputa política e acabou se tornando a primeira cadeirante a lecionar na Cidade de Nova Iorque.
Fundou e atuou em várias organizações da sociedade civil, tendo integrado o Governo Clinton na temática de Direitos de Pessoas com Deficiências.
Ajudou a reelaborar e modificar inúmeras legislações nos EUA e também atuou em organizações como a Fundação Ford.
Por toda sua atuação, passou a ser conhecida como a "mãe dos movimentos de direitos de pessoas com deficiências".
Deixou ao menos duas obras, em estilo (auto)biográfico e de memória: "Being Heumann: The Unrepentant Memoir of a Disability Rights" e também "Rolling Warrior".
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*O autor é advogado, sociólogo. Especialista em Administração Pública (CIPAD-FGV). Doutor em Ciência Política (UFRGS).
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#descriçãodaimagem Foto da ativista Judy Heumann já idosa, sobre uma cadeira de rodas, segurando um livro em cada mão. Judy veste azul com flores de detalhe. Na outra imagem, há a capa de um de seus livros, em cor vermelha, com a inscrição em inglês onde se lê "A incrível e às vezes difícil história verídica de uma garota rebelde na cadeira de rodas que ajudou a iniciar uma revolução".