Publicada em 27/03/2023 às 15h04
Num discurso ao país, após consultas políticas com alguns parceiros da coligação governamental, Netanyahu anunciou que a adoção final dos vários projetos de reforma foi adiada para a próxima sessão parlamentar, que deverá acontecer após as celebrações da Páscoa (5 a 13 de abril).
Com esta decisão, o primeiro-ministro cede, em parte às exigências dos adversários políticos, mas também faz concessões aos seus parceiros de coligação, alguns dos quais se manifestaram desagradados com a intransigência do Governo sobre esta matéria.
Em reação ao anúncio de Netanyahu, a Histadrut, principal central sindical israelita, já anunciou o fim da greve geral decretada, que tinha o objetivo de contestar a polémica reforma da justiça.
"Após o anúncio do primeiro-ministro, declaro o fim da greve anunciada", disse o líder do Histadrut, Arnon Bar David, num comunicado.
O Presidente de Israel, Isaac Herzog, já aplaudiu o anúncio do primeiro-ministro, dizendo que esta é a hora para "uma discussão franca, séria e responsável, para acalmar os espíritos e as tensões".
No discurso televisionado, o primeiro-ministro disse esperar que esta pausa no processo legislativo seja um momento de diálogo aberto.
"Quando há uma oportunidade de evitar a guerra civil por meio do diálogo, eu, como primeiro-ministro, estou a dar tempo ao diálogo", explicou Netanyahu.
Adotando um tom mais conciliador do que em discursos anteriores, o primeiro-ministro israelita disse estar determinado a aprovar uma reforma judicial, mas pediu "uma tentativa para alcançar um amplo consenso".
A polémica reforma judicial prevê o reforço do poder ao Executivo em detrimento do sistema judicial, cuja independência ficaria comprometida.