Publicada em 20/03/2023 às 14h22
O Ministérios das Relações Exteriores britânico adiantou em comunicado que as sanções financeiras foram aplicadas a oficiais iranianos do Corpo da Guarda Revolucionária, incluindo dois comandantes acusados de graves violações dos direitos humanos.
"O IRGC (Corpo de Guarda Revolucionária), o ramo das Forças Armadas iranianas responsável pela segurança interna e externa, tem estado na vanguarda da repressão aos protestos no Irão nos quais mais de 500 pessoas foram mortas e dezenas de milhares presas", lê-se no comunicado.
O ministro James Cleverly adiantou que as sanções estão a ser aplicadas também contra cinco administradores que gerem os investimentos do IRGC, "responsáveis por injetar dinheiro na repressão brutal do regime".
O Ministério acrescentou que vai continuar a apoiar o povo iraniano nos seus pedidos para mudanças fundamentais no país.
Estas sanções surgem no seguimento de medidas tomadas contra líderes iranianos, tanto pelo Reino Unido, como pelos Estados Unidos e União Europeia, em resposta à repressão violenta no país dos protestos da população.
O regime iraniano está há vários meses a reprimir protestos que surgiram na sequência da morte de Mahsa Amini, uma jovem que estava sob custódia do IRGC, unidade encarregada de fazer cumprir o código da República Islâmica, nomeadamente no que respeita ao traje das mulheres, chamada de "polícia da moralidade".
O Conselho da Europa acrescentou hoje mais oito pessoas e o Conselho Supremo da Revolução Cultural às listas de sanções contra o Irão por violações dos direitos humanos nos últimos meses.
Em comunicado, o órgão decidiu incluir os órgãos judiciais responsáveis pelas decisões de execuções em "julgamentos injustos" e pela tortura a que os condenados têm estado sujeitos.
O Conselho Supremo da Revolução Cultural foi incluído nas sanções por "menorizar a liberdade das raparigas e mulheres ou propagar o ódio contra mulheres" através de vários projetos que promoveu, assim como a discriminação de minorias.
Também o Parlamento Europeu se pronunciou, apelando ao Conselho para que considere o IRGC como uma organização terrorista e que endureça as sanções contra o regime iraniano.