Publicada em 27/03/2023 às 14h29
Porto Velho, RO – Na semana passada o Rondônia Dinâmica veiculou matéria intitulada “Rondônia ‘‘dispara’’ em razão de mortalidade materna; em 2021, estado figurou entre os três piores do Brasil no quesito”.
O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) publicou levantamento sobre razão de mortalidade materna (RMM).
Rondônia está numa posição preocupante no quesito, vez que os números “dispararam” de 2019 a 2021.
Em 2021, inclusive, o estado (165,2) surgiu como uma das três piores unidades da federação no apontamento, ficando atrás apenas de Tocantins (185,6) e Roraima (275,5).
O levantamento conclui – com ilustração de gráficos –, que as doenças virais foram as principais responsáveis pelos registros de morte de gestantes e puérperas no ano de 2021, atingindo razão de mortalidade de 50,4 mulheres a cada 100 mil nascidos vivos.
A entidade entende que “Cerca de 90% das mortes maternas são evitáveis. Por essa razão, a mortalidade materna é considerada um dos maiores problemas da saúde pública brasileira e uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres”.
Já no último domingo, 26, o senador Confúcio Moura, do MDB, abordou o tema em seu blog particular alegando dar conselhos aos prefeitos.
“Eu quero dar um conselho para os prefeitos de Rondônia diante da situação de morte materna por doenças evitáveis na gravidez. Afinal, essa é uma situação de anomalia. Uma anomalia pré-histórica. Hoje em dia, cada município tem unidades básicas de saúde – e pode propiciar um pré-natal sério, bem feito”, diz o congressista.
Que complementa:
“As mulheres pobres, principalmente grande parte das que moram nas áreas rurais, não fazem nenhuma consulta pré-natal. Os motivos são muitos, mas todos superáveis. O que deve ser feito é criar um programa integrado no município para que nenhuma mulher grávida fique de fora do seu direito mais sagrado – de um pré-natal completo”, anotou.
VEJA O TEXTO NA ÍNTEGRA:
Pré-natal
Por Confúcio Moura
Eu quero dar um conselho para os prefeitos de Rondônia diante da situação de morte materna por doenças evitáveis na gravidez. Afinal, essa é uma situação de anomalia. Uma anomalia pré-histórica. Hoje em dia, cada município tem unidades básicas de saúde – e pode propiciar um pré-natal sério, bem feito.
As mulheres pobres, principalmente grande parte das que moram nas áreas rurais, não fazem nenhuma consulta pré-natal. Os motivos são muitos, mas todos superáveis. O que deve ser feito é criar um programa integrado no município para que nenhuma mulher grávida fique de fora do seu direito mais sagrado – de um pré-natal completo.
Todas as grávidas devem ser cadastradas. Os agentes comunitários de saúde devem identificá-las, e ali mesmo fazer o completo cronograma das consultas e dos exames. Penso que assistir uma jovem mãe morrer de eclampsia – ou por outras doenças que podem matar a mãe e o feto, em pleno século XXI, é uma barbaridade.
O prefeito deve organizar a equipe, buscar os exemplos em outras cidades, comprar veículo para buscar e levar a grávida às consultas, dar alimentação a elas, fornecer os medicamentos, ser rigoroso no plano, organizar os laboratórios para que todos os exames sejam feitos no município, contratar serviços de terceiros para ultrassonografias, e fazer uma grande campanha para o parto normal, além de incentivar a amamentação até o segundo ano de vida do neném. Estou exagerando aqui quanto à amamentação, mas isso, para mim, é tão importante, que fico mesmo com os dois anos.