Publicada em 22/03/2023 às 16h05
As forças talibãs, que governam o Afeganistão, anunciaram esta quarta-feira que uma rusga em Cabul, numa base detida pelo Estado Islâmico, matou três membros do grupo terrorista, que estaria a preparar mais ataques na capital afegã.
O incidente foi o mais recente episódio de confrontos entre os talibãs, o grupo extremista que tomou conta do Afeganistão em agosto de 2021, e os terroristas ligados ao Daesh.
Através de um comunicado divulgado no Twitter, o porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, disse que a operação foi uma ação de prevenção, já que os militantes planeavam mais ataques durante o mês sagrado do Ramadão, que começa na quinta-feira.
"Os membros do Estado Islâmico usaram o esconderijo para levar a cabo ataques em Cabul e planeavam ataques locais religiosos e civis", denunciou Mujahid.
A cédula do Estado Islâmico no Afeganistão, conhecida como Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês), é um grupo terrorista que é rival dos talibãs. Depois da tomada do Afeganistão pelo regime, em 2021, o ISKP intensificou os seus ataques, especialmente contra membros da minoria xiita no país.
Entretanto, o governo talibã, que retomou o controlo sobre o país após 20 anos de guerra, que culminaram com a saída dos EUA e da NATO de Cabul, continua a ser não ser reconhecido pelas entidades internacionais.
Várias organizações não-governamentais e a Organização das Nações Unidas (ONU) têm alertado para o aumento da opressão social no país, e para a restrição de direitos humanos, especialmente contra as mulheres, com esta camada da população a estar impedida de participar em praticamente todos os aspetos da vida pública no Afeganistão.