Publicada em 24/04/2023 às 15h12
O governo iraniano anunciou uma nova proibição nesta segunda-feira, 24, que impede a entrada de mulheres sem véu em museus e locais históricos do país. O chefe da Direção-Geral de Museus do Irã, Morteza Adibzadeh, afirmou que a medida tem como objetivo proteger a segurança pública e os assuntos culturais.
A proibição inclui a visita ao Museu Nacional do Irã e a monumentos históricos, como a famosa Persépolis. Nas últimas semanas, imagens de mulheres sem véu em locais públicos, incluindo monumentos históricos, têm circulado amplamente nas redes sociais. A nova determinação é uma tentativa de reforçar a imposição do hijab, uma peça de vestuário obrigatória no país desde 1983.
A medida surge em meio a uma onda de protestos de mulheres iranianas que deixaram de usar o véu islâmico obrigatório como forma de protesto e desobediência civil, desde a morte de Mahsa Amini em setembro do ano passado. A morte de Amini gerou fortes protestos em todo o país, com jovens e mulheres pedindo o fim da República Islâmica.
Além da proibição do museu, as autoridades iranianas também ameaçaram fechar negócios que atendam mulheres sem o hijab. Até o momento, 155 empresas já foram fechadas por não cumprirem as leis do uso do véu, e o governo enviou mensagens de texto a 3,5 mil mulheres por não usarem o acessório islâmico. As mulheres que desobedecem a lei podem ser multadas, presas por até dois meses ou privadas de serviços bancários. Ministérios da Educação e da Saúde também anunciaram que as estudantes que não usarem véu não serão autorizadas a frequentar universidades ou faculdades.