Publicada em 21/04/2023 às 10h01
Criticar a China sobre a questão de Taiwan terá "consequências perigosas", alertou o Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, nesta sexta-feira.
Há duas semanas, a China lançou três dias de exercícios militares em torno desta ilha democrática autónoma em resposta à reunião entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy.
"Recentemente, houve uma retórica absurda a acusar a China de mudar unilateralmente o 'status quo' no Estreito de Taiwan através da força ou coerção e perturbar a paz e a estabilidade" na área, disse o ministro num fórum em Xangai.
"Tais declarações vão contra o senso comum das relações internacionais e da justiça histórica", disse Qin Gang. "A lógica é absurda e terá consequências perigosas", acrescentou.
A China considera Taiwan como parte do seu território e defende a retomada do controle da ilha no futuro, até mesmo pela força, se necessário. "A questão de Taiwan está no centro dos interesses fundamentais da China", afirmou o diplomata.
"Nunca faremos concessões a ações que minam a soberania e a segurança da China. Aqueles que brincam com fogo em Taiwan vão acabar por se queimar", acrescentou.
No seu discurso, Qin elogiou as intenções pacíficas da China e destacou o seu papel na reconciliação da Arábia Saudita e do Irão e a sua disposição de mediar a guerra na Ucrânia, que não condenou.
"A China não está a colocar lenha na fogueira ou a tirar vantagem da situação", disse. "Os factos provam que a marcha da China em direção à modernização é uma força crescente para a paz e a justiça", acrescentou.