Publicada em 03/04/2023 às 15h17
Cientistas da Universidade da Austrália Ocidental e da Universidade de Ciência e Tecnologia Marinha de Tóquio estabeleceram um novo recorde ao encontrar o peixe no local mais profundo já filmado e capturado. O feito foi alcançado durante uma expedição de dois meses às profundezas das fossas submarinas ao redor do Japão, no norte do oceano Pacífico, em setembro de 2022.
O registro mais profundo de um peixe foi registrado na fossa de Izu-Ogasawara, ao sul do Japão, onde os cientistas filmaram uma espécie desconhecida de peixe-limão do gênero Pseudoliparis a uma profundidade de 8.336 metros.
“Ao longo de mais de 15 anos, pesquisamos esses peixes-limão profundos e descobrimos que eles são muito mais do que simplesmente sua profundidade. No entanto, a profundidade máxima em que eles podem sobreviver é realmente surpreendente”, disse o professor Alan Jamieson, da Universidade da Austrália Ocidental.
A marca anterior era de 8.178 metros de profundidade, também de um peixe-limão do gênero Pseudoliparis.
Além de ser um marco para a ciência, a descoberta é importante para a conservação da vida marinha. A pesca em águas profundas tem sido uma preocupação global, com a prática excessiva ameaçando as populações de peixes em todo o mundo. Com a descoberta do peixe-limão de oito quilômetros de profundidade, os cientistas agora têm mais informações para ajudar a proteger essas espécies e seus habitats.
Cooperação internacional
A expedição de dois meses também reforça a importância da cooperação internacional na ciência. A equipe de cientistas da Universidade da Austrália Ocidental e da Universidade de Ciência e Tecnologia Marinha de Tóquio trabalhou em conjunto para realizar a pesquisa, com o navio DSSV Pressure Drop fornecendo a plataforma para a operação.
Com a descoberta, os cientistas agora têm mais informações sobre a vida nas trincheiras submarinas e como as espécies sobrevivem em condições extremas de pressão e escuridão. A descoberta do peixe-limão de oito quilômetros de profundidade é apenas o começo de uma pesquisa em andamento sobre as populações de peixes mais profundas do mundo, que pode ter implicações significativas para a compreensão e conservação da vida marinha.