Publicada em 03/04/2023 às 15h31
Porto Velho, RO – No dia 31 de março, sexta-feira passada, o ex-governador de Rondônia e atual senador da República pelo MDB, Confúcio Moura, republicou um de seus artigos.
O texto republicado foi intitulado como “Para refrescar a memória – A Fritura do Mandetta”.
Na veiculação, feita originalmente há três anos, o político rondoniense fala sobre a impressão que teve quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta começaram a se desentender. Especialmente porque Bolsonaro não queria restrições de mobilidade enquanto o subordinado, lado outro, via a necessidade de se promover isolamento.
E justamente num período em que pandemia do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) imperava com veemência em solo brasileiro.
Na visão de Moura, houve um ataque de ciúmes por parte de Bolsonaro.
“O Presidente fala uma coisa, soltar o povo na rua e abrir as lojas. Ele pensa no desemprego e no abalo da economia. O Mandetta tem falado o contrário, ficar em casa. E quem manda, afinal das contas?
– Claro que é o Presidente.
O ministro é um cargo de confiança, de livre nomeação, pode entrar e sair a qualquer momento. Só tem uma coisa, o Mandetta passa confiança. Tem serenidade e conhecimento”, anotou.
E prosseguiu:
“O Presidente, ainda não falou, mas, dá para entender que está com raiva do ministro. Imagina que (Mandetta) está querendo governar o país, liderar sozinho, estas coisas de ciumeiras, que não cabe neste momento”.
Ele encerrou:
“Os dois estão certos, do mesmo jeito que um camarada fica na dúvida, quando se abre, no fim da estrada, dois ou três caminhos, onde ainda não conhece: – qual caminho que devo seguir”, concluiu.
E justamente num período em que pandemia do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) imperava com veemência em solo brasileiro.
LEIA NA ÍNTEGRA:
"Para refrescar a memória – A Fritura do Mandetta
Por Confúcio Moura 31/03/2023
A FRITURA DO MANDETTA
O Presidente fala uma coisa, soltar o povo na rua e abrir as lojas. Ele pensa no desemprego e no abalo da economia. O Mandetta tem falado o contrário, ficar em casa. E quem manda, afinal das contas? – Claro que é o Presidente. O ministro é um cargo de confiança, de livre nomeação, pode entrar e sair a qualquer momento. Só tem uma coisa, o Mandetta passa confiança. Tem serenidade e conhecimento. O Presidente, ainda não falou, mas, dá para entender que está com raiva do ministro. Imagina que (Mandetta) está querendo governar o país, liderar sozinho, estas coisas de ciumeiras, que não cabe neste momento.
Os dois estão certos, do mesmo jeito que um camarada fica na dúvida, quando se abre, no fim da estrada, dois ou três caminhos, onde ainda não conhece: – qual caminho que devo seguir. ! 0 ! Ontem, dia 30 de março (o dia da gloriosa revolução 64 ou golpe), percebi a fritura do ministro.
Ele não concede mais entrevista sozinho. Cercado de ministros militares, procurador, o da infraestrutura (o Tarciso que é militar também) e o Mandetta no meio. Ele queria falar muito mais. Ficou por último. E se limitou a dizer que faria a ciência, o técnico e o planejado. O Jornalista perguntou: – se ele seria ou se demitiria. Quem respondeu foi o general, chefe da casa civil: que não. Coisa estranha. O Mandetta está cercado. O Presidente passeia na rua. O Ministro não fala mais a palavra “isolamento”.
Eu me conhecendo, como conheço, pediria demissão. Mas, numa hora desta, alguém, mesmo que encabrestado, pode ir cobreando no asfalto quente e conduzindo, com ouvidos moucos, a necessária política de proteção do povo brasileiro, como tem feito outros países. Aguenta!!!!! Mandetta!!!! – Você é um pantaneiro resistente a carrapato e à mosca do chifre. Não tem medo de jiboia e nem de onça pintada. *
Texto escrito há exatamente três anos (31 de março de 2020)"