Publicada em 25/04/2023 às 14h40
A malária é uma doença parasitária infecciosa febril aguda que pode ter evolução rápida e ser grave. A transmissão natural ocorre pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados com o Plasmodium. Para alertar a população sobre os cuidados com a doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a data 25 de abril como o Dia Mundial de Combate à Malária.
No Brasil, a maioria dos casos se concentra na região Amazônica devido ao clima tropical quente e úmido. Em Porto Velho, foram confirmados 7.199 casos de malária em 2022 nas zonas rural e urbana da capital. Esse ano, até o dia 24 de abril, 1.395 casos positivos.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), Geisa Brasil, aponta que a maior incidência dos casos ocorrem nos meses de verão intenso, como agosto, setembro e outubro.
“Mas não é uma doença que podemos considerar sazonal, pois a diferença de casos de um mês para o outro é discreta. Tem casos o ano inteiro com um pequeno acréscimo entre os meses, diferente da dengue que há uma elevada incidência no período chuvoso, por exemplo”.
A Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), atua no diagnóstico, tratamento e controle da malária.
SINTOMAS
A principal manifestação clínica da malária em sua fase inicial é a febre, associada ou não a calafrios, tremores, suores intensos, dor de cabeça e dores no corpo. A febre da malária corresponde ao momento em que as hemácias estão se rompendo. A pessoa que contraiu a doença pode ter também, dentre outros sintomas, vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tontura e sensação de cansaço.
O diagnóstico da doença é feito com a análise dos sintomas e a realização de exames como a microscopia da gota espessa no sangue, em que o profissional coleta uma gota de sangue do paciente e realiza a leitura da lâmina no microscópio. Em Porto Velho, o Núcleo de Diagnóstico da Malária (NDM) da Semusa é responsável por receber todos os diagnósticos de malária de lâminas coletadas nos laboratórios da rede pública e privada.
TRATAMENTO
Esse ano, até o dia 24 de abril, 1.395 casos positivos
Pacientes com suspeitas de malária e sintomas leves podem se dirigir às unidades básicas do município. Em casos graves, o atendimento de urgência e emergência está disponível nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das zonas Leste ou Sul, e nas policlínicas José Adelino ou Ana Adelaide.
A rede municipal disponibiliza também o tratamento através da tafenoquina, medicação implementada pelo Ministério da Saúde nos municípios de Porto Velho e Manaus para evitar reincidências nos casos de malária vivax.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Para evitar a transmissão da doença, algumas medidas simples podem ser adotadas, como o uso de mosquiteiros para dormir, pulverizar as paredes da casa com inseticida, inserir telas em portas e janelas, não abrir mão do uso de repelentes e, ao visitar regiões alagadas, dar preferência para roupas que protejam braços e pernas.
Outra medida importante de prevenção é evitar locais próximos a criadouros naturais de mosquitos, como beira de rio ou áreas alagadas ao final da tarde e no amanhecer.
AÇÕES E CONTROLE
O acompanhamento direto dos casos registrados na capital e nos distritos é feito pelo Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue, responsável pela orientação e educação em saúde sobre os cuidados de prevenção à doença. São realizadas campanhas de conscientização, palestras nas escolas, visitas domiciliares, aplicação de fumacê nas áreas endêmicas, além de busca ativa em áreas com maior número de casos.
Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Malária, o Departamento de Vigilância em Saúde programou uma série de ações voltadas para melhorar o serviço oferecido na rede municipal e também para conscientizar a população sobre os cuidados com a doença.
Foram organizadas: Palestras aos guardas de endemias com atividades teóricas e práticas referentes as notificações, monitoramento dos casos, teste de G6PD; Trabalho com a comunidade, levando informações sobre as medidas de controle e prevenção da malária, com metodologias interdisciplinares entre a gerência de vetores, núcleo de laboratório, entomologia e vigilância; Capacitação referente ao guia de tratamento e dispensação de antimaláricos para rede particular e unidades de Pronto Atendimento; além de panfletagem com tema sobre medidas de controle e combate à malária.
As unidades de saúde situadas nos distritos de Demarcação, Calama, Santa Catarina, Nazaré, Lago do Cuniã e São Carlos receberam a visita técnica das equipes de supervisão. O objetivo foi realizar a verificação dos laboratórios de base e monitoramento de usabilidade do Teste de G6PD, Teste Rápido e Medicações preconizadas pelo Programa.