Publicada em 03/04/2023 às 07h50
Em alusão ao Dia 2 de Abril, data em que se celebra o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma intensa programação está sendo realizada por diversas instituições em Porto Velho-RO. As programações tiveram início nesta sexta-feira (31), no Porto Velho Shopping, no espaço em frente à Kalunga, com o tema “Autismo não tem cara”. A abertura aconteceu às 17 horas e às 19 horas houve a palestra do médico cirurgião, dr. Marcos Guedes, com o tema “Momento Saúde: sinais indicativos de que o meu filho autista precisa de atendimento médico”, e seguem no decorrer do mês de abril.
Dia 1º de Abril
Haverá atividades o dia todo no Porto Velho Shopping (espaço em frente à Kalunga). Confira a programação:
Manhã - 11 horas: Roda de Conversa com o tema: “Paternar atípico ativo”, com o professor Carlos Alberto Ferreira da Silva, sócio fundador da APAE e voluntário da AMA, pai de Marlon e de Mildred.
Tarde - 15 horas: Roda de Conversa com o tema: “Maternidade atípica” com Heline Braga, mãe do Iuri Rafael e Tielen Knightz da Silva, mãe da Maria Cecília e idealizadoras das Mães Atípicas - PVH; 16 horas: Bate-papo com a artista Eryle Aguiar sobre “Autistas também crescem”, e 17 horas: Show de talento com artistas da Clínica de Musicoterapia Musiclin – artistas autistas.
Noite - 18 horas: palestra sobre “Estratégias para a inclusão do aluno com TEA”, com a pedagoga e mãe atípica, Marxlene Bezerra Vieira e 19 horas: palestra sobre “A importância da acessibilidade e inclusão para pessoas no espectro do autismo: Como promover mudanças em espaços públicos e privados olhando para o que e para quem é importante”, com a psicóloga Tércia Marília Brasil.
Dia 2 de Abril
As atividades continuam sendo realizadas no Porto Velho Shopping, mas apenas no período da tarde. Às 14 horas acontece uma Roda de conversa sobre “Direitos da pessoa com deficiência” com a defensora pública, ativista da inclusão social e idealizadora do Juntos pela Inclusão, Flávia Albaine e pela ativista da inclusão social e presidente do Instituto Cuidar e Desenvolver, Klívia Meireles. Às 15 horas será o Desfile Autismo não tem cara. Ambos acontecem no espaço em frente à Kalunga).
Às 17 horas acontece a Soltura de Balões, no chafariz do Porto Velho Shopping. Coordenado e idealizado pela pedagoga Marxlene Bezerra Vieira, mãe da Marina Bezerra, o evento da soltura de balões ocorre há 7 anos em parceria com o Porto Velho Shopping.
Toda essa programação está sendo realizada pelo Porto Velho Shopping, Marias – Comissão de Mães Atípicas, Instituto Cuidar e Desenvolver, Grupo Neurokind, Mães Atípicas de Porto Velho-RO, TEA – Grupo de Pais, Juntos pela Inclusão e Arte Pupa, com o apoio de Branca Marinho, Dr. Marcos Guedes, Muriely Moitinho Fotografia, Musiclin, Myselena Pinheiro Fotografia, Mães e Pais da Zona Leste, PVH SEG – Serviço de Vigilância Patrimonial Ltda e Ueda Sinalização e Comunicação Visual.
Dia 14 de abril
Acontece na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), no Auditório de Psicologia, das 8 às 12 horas, “Diálogos sobre Práticas Clínicas e TEA: Um espectro de possibilidades”, com a psicóloga e pós-doutoranda, profa. dra. Emellyne Lemos, a psicóloga e mestranda em psicologia, Thábata Rodrigues, a pedagoga e mestranda em psicologia, Guacyara Gorayeb e a fonoaudióloga e mestranda em psicologia e pessoa com autismo, Flávia Oliveira. Para a entrada pede-se a colaboração de 1 Kg de alimento.
Entenda o TEA
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
Os especialistas entendem que todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.
Estatística
Dados estatísticos norte-americanos do CDC (Central of Disease Control) mostram como a prevalência do TEA aumentado ao longo dos anos: para 1 em cada 150 crianças em 2000-2002, para 1 em 68 crianças durante 2010-2012, de 1 em 59 crianças em 2014, de 1 em cada 54 crianças em 2020 e de 1 em cada 44 crianças de 2021.
O dado mais recente é de 23 de março, ou seja, do mês passado, que revela que 1 em cada 36 crianças de 8 anos são autistas nos Estados Unidos, o que significa 2,8% daquela população.
O número desse estudo científico, com mais de 226 mil crianças, é 22% maior que o anterior, divulgado em dezembro de 2021 — que foi de 1 em 44 (com dados de 2018). No Brasil, não temos números de prevalência de autismo. Se fizermos a mesma proporção desse estudo do CDC com a população brasileira, poderíamos ter cerca de 5,95 milhões de autistas no Brasil.
Portanto, entender o TEA ainda é melhor maneira de compreender este universo tão cheio de peculiaridades, mas também de muitas possibilidades.