Publicada em 04/04/2023 às 15h35
O nível do gelo marinho em torno do continente antártico é o mais baixo registrado nos últimos 40 anos, desde que as análises começaram a ser feitas. Este é o 2º ano consecutivo que a quantidade do gelo — que consiste em água do mar congelada, flutuando na superfície do oceano — despenca.
O gelo marinho da Antártica se forma durante o inverno, derretendo na primavera e no verão depois de atingir o ápice de sua extensão. Em setembro — com as mínimas temperaturas —, o gelo chega a atingir 18,5 milhões de quilômetros quadrados.
Na extensão mínima, em meados de fevereiro, o gelo ocupa 2,5 milhões de km², conforme o National Snow and Ice Data Center (NSIDC).
Contudo, em 2022, a região com extensão mínima de gelo era inferior a 2 milhões de km² — a menor registrada desde o início dos estudos, em 1979. Em 21 de fevereiro de 2023, o número caiu ainda mais: 1,8 milhão de km² de gelo marinho.
Conforme o site Space, é provável que a extensão mínima de gelo diminua ainda mais nas próximas décadas, de acordo com o aumento da temperatura global, resultado da mudança climática.
“A menor extensão do gelo marinho significa que as ondas do oceano atingirão a costa da gigantesca camada de gelo [da Antárticca], reduzindo ainda mais as plataformas de gelo ao redor da Antártida”, aponta o pesquisador Ted Scambos, do Instituto Cooperativo de Pesquisa em Ciências Ambientais da UCB.
Além disso, o gelo marinho é palco para os predadores polares, que usam as plataformas para a caça.