Publicada em 18/04/2023 às 08h10
Proposta pela deputada estadual Ieda Chaves (União Brasil), autoridades de diversos setores da sociedade participaram do debate “Violência Contra a Mulher no Ambiente Educacional”, nesta segunda-feira (17), no Plenário da Assembleia Legislativa de Rondônia. A proposta foi avançar na luta contra a violência no setor e garantir um futuro mais seguro às crianças e jovens.
Diante de diversos casos registrados recentemente, a parlamentar ressaltou que a questão não é apenas um problema das mulheres, mas sim de toda a sociedade. “Todos têm mães, irmãs, esposas ou namoradas e, portanto, é importante que os homens se unam nessa luta para mudar a realidade atual, especialmente em Rondônia, que é o segundo estado que mais mata mulheres no Brasil”, disse Ieda Chaves.
De acordo com a parlamentar, a ideia é colaborar para que em conjunto com a bancada federal seja possível dar apoio e suporte, pois tem havido descaso grande com as instituições de ensino superior em âmbito federal. “Queremos contribuir com a melhora de alguma forma para que melhore, não só na questão de violência, mas em todos os aspectos que a Universidade precisa”, observou. “É importante a gente abrir os olhos, pois só assim a gente começa a ver que a gente não tinha voz. Só quem sofre na pele a violência sabe o quanto dói. A gente se solidariza e quer fazer parte desta corrente do bem”, acrescentou.
CASO UNIR
Ao abrir a conversa sobre o evento ocorrido nas dependências da Universidade Federal e assuntos de responsabilidade das instituições federais, Ieda Chaves falou que “o seu mandato será um canal de diálogo e organização das políticas públicas de enfrentamento a todo o tipo de violência”. Logo em seguida, os representantes da Unir fizeram explanações.
O professor Dr. José Juliano Cedaro, reitor em exercício da Unir, fez um breve relato sobre a atuação da instituição e ainda apresentou falta de recursos para investimento em equipamentos e tecnologias que proporcionam maior segurança ao campus e que são furtados, por exemplo, sendo motivo de preocupação.
“O que aconteceu na última semana, a gente foi descobrindo outros equivalentes (...). A Universidade já colocou e combinou com a empresa de vigilância, que a gente paga R$ 5,8 milhões de contrato, para agora terem mulheres vigias, pois os ataques aconteceram nos banheiros e, também estamos fazendo contato com a Secretaria de Estado da Segurança reforçando o pedido não só da atuação da Polícia Militar na ronda escolar, mas com a Patrulha Maria da Penha. Toda a ajuda é sempre bem-vinda e o sistema público”, detalhou.
Já a Pró-Reitora de Cultura, Extensão e Assuntos Estundantis (Procea), Prof. Dra. Marília Pimental, fez questão de lembrar que a temática é relevante e de discussão. “Os discursos que são reproduzidos no dia aumentam o feminicídio e a violência contra a mulher. A academia é um lugar que reproduz modelos sociais, patriarcado e colonialidade de gênero. A reprodução acontece em todos os meios sociais (...). O assédio sexual às mulheres e moral no ambiente acadêmico não é novo, é antigo. Mas, agora as mulheres estão tendo coragem de falar”.
Ela lembrou ainda que “sozinha a Universidade não vai fazer nada. Sozinhas nós vamos conseguir. Primeiro, precisamos de recursos, segundo, precisamos do conhecimento personalizado dos movimentos, grupos e entidades. Agora, se firma o compromisso de apoio à Universidade no combate de violência contra a mulher com mais segurança e apoio psicológico e divulgação massiva de uma campanha como denunciar”.
ENCAMINHAMENTOS
Durante o evento, Chaves agradeceu a presença de todos os participantes e ressaltou a importância de unir forças para avançar na questão da violência no ambiente escolar. Ela também registrou que seria feito um relatório com as pautas discutidas no evento para ser enviado à bancada federal por intermédio do deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil)
Com a participação ativa de líderes políticas como Ieda Chaves e da deputada estadual Taíssa Sousa (PSC), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente, da Mulher e do Idoso da Alero, é possível avançar na luta contra a violência em diversos ambientes e setores da sociedade.
REGISTROS
Ainda fizeram contribuições, outros convidados, sendo: a coordenadora do Doutorado em Educação na Amazônia da Unir, Profa. Dra. Aparecida Luzia Alzira Zuin, a Profa. titular da Unir na área de Saúde Coletiva, Wilma Suelly, a educadora e ativista do Fórum Popular de Mulheres e articuladora do Levante Feminista contra o feminicídio e do Movimento Articulado Mulheres da Amazônia, Benedita Nascimento, a secretária de Gênero e Etnia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero), Rosenilda Ferreira de Souza Silva (Rosa Negra), a ativista social e representante do Fórum Popular de Mulheres, Mara Valverde, entre outras entidades representativas.
Foto: Rafael Oliveira