Publicada em 28/04/2023 às 15h59
O vice-primeiro-ministro Oliver Dowden anunciou que, dentro de 24 horas, os voos militares de retirada de cidadãos britânicos do Sudão serão encerrados. A retirada incluiu mais de 1.500 pessoas, a maioria cidadãos britânicos e suas famílias, do aeródromo de Wadi Saeedna, perto da capital, Cartum. Mais de 2.000 cidadãos britânicos tinham comunicado às autoridades que pretendiam sair do Sudão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros pediu que as pessoas que desejassem ser retiradas deveriam dirigir-se ao aeródromo até às 10:00 TMG (11:00 em Lisboa) de sábado. A razão para o fim dos voos foi a "queda significativa" do número de cidadãos britânicos que se deslocam ao aeródromo de onde partem os voos.
O governo do Reino Unido começou a retirar os seus cidadãos por aviões militares na terça-feira, em resposta ao cessar-fogo entre as partes beligerantes. O pessoal diplomático e suas famílias já haviam sido retirados no domingo anterior.
Apesar de já ter retirado muitos cidadãos, o governo britânico tem sido fortemente criticado por demorar mais tempo do que outros países na retirada dos seus cidadãos do Sudão. Médicos que trabalham no sistema público de saúde britânico (NHS) e que foram impedidos de sair do Sudão por não serem cidadãos britânicos também são um dos pontos criticados.
O cessar-fogo, que deveria expirar à meia-noite de quinta-feira, foi prolongado por mais 72 horas, embora os combates continuem em várias partes do país. O Sudão entrou hoje no décimo quarto dia consecutivo de confrontos entre o exército e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF), um conflito que já fez mais de 500 mortos e mais de 4.000 feridos e obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.
As duas partes envolvidas no conflito iniciaram hoje uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos da América e a Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros no Sudão e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária. Vários países já concluíram as operações de retirada dos seus cidadãos e pessoal diplomático no Sudão, mas outros continuam o processo por terra, mar e ar.