Publicada em 27/04/2023 às 10h47
Cerca de 65 milhões de adolescentes e mulheres jovens entre 15 e 24 anos em países mais pobres não têm acesso à internet, de acordo com um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O percentual chega a cerca de 90%, o que é mais elevado quando comparado ao dos rapazes e homens da mesma idade. O levantamento destaca o papel da educação nas desigualdades, com base em dados de pesquisas feitas em 54 países, principalmente de baixos rendimentos e alguns de rendimentos médios.
O relatório da Unicef e da União Internacional das Telecomunicações de 2020 estimou que apenas 37% dos jovens entre 15 e 24 anos em todo o mundo tinham acesso à internet em casa. No entanto, essa estimativa esconde disparidades de gênero impressionantes no acesso ao hardware (equipamento), na utilização da internet e nas competências digitais dentro de casa. O acesso limitado das mulheres jovens à internet limita seu acesso ao mundo digital, que é vital na economia do século 21.
Embora as jovens tenham geralmente melhores competências básicas de leitura, isso não se traduz na esfera digital. As adolescentes e mulheres jovens são esquecidas e deixadas de fora do quadro do conhecimento digital em muitos desses países. O relatório destaca a importância do ambiente familiar e da educação para diminuir o fosso digital entre jovens, homens e mulheres. Capacitar as jovens para se tornarem inovadoras, criativas e líderes é fundamental para combater a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, especialmente nas áreas da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática.
A pesquisa também revelou uma grande lacuna no acesso aos telefones celulares. Em 41 dos países pesquisados, as adolescentes e mulheres jovens com idade entre 15 e 24 anos estão em grande desvantagem, com probabilidade média de 13% de ter um celular, o que limita ainda mais o acesso ao mundo digital.