Publicada em 04/04/2023 às 14h51
As forças de segurança do Irã mataram ao menos 537 pessoas na violenta repressão aos protestos que emergiram no país em setembro de 2022 — informou uma ONG norueguesa nesta terça-feira (4), revisando o balanço anterior.
A organização Iran Human Rights (IHR, na sigla em inglês), radicada na Noruega, também disse que quatro pessoas foram executadas neste período sob acusações relacionadas aos protestos e que outras 300 foram enforcadas por acusações diversas, como parte de uma tática mais ampla para — de acordo com a ONG — “intimidar” a sociedade.
A onda de manifestações começou em meados de setembro, após a morte, no dia 16 desse mês, da jovem Mahsa Amini, de 22 anos. Ela faleceu sob custódia da polícia da moralidade, depois de ser presa, acusada de violar o código de vestimenta do país.
Os protestantes exigem, além da abolição deste regulamento, o fim do regime teocrático do Irã, estabelecido em 1979.
Um balanço anterior da IHR contabilizava 488 mortes em decorrência das manifestações. A organização explicou que o saldo mais recente se deve aos novos óbitos confirmados.
A maior parte deles foi registrada no fim de setembro (223), em outubro (100) e novembro (173), de acordo com um relatório divulgado pela ONG pelos 200 dias desde a morte de Amini.
Dentre as vítimas, 134 foram registradas no Sistão-Baluchistão, uma província do sudeste, onde a minoria sunita Baloch se manifestou durante semanas.
Em Teerã, pelo menos 69 mortes foram relatadas; no Curdistão, 57; e, no Azerbaijão Ocidental, 56.