Publicada em 24/04/2023 às 09h45
Subiu para 58 o número de mortos em uma seita do Quênia que incentivava os seguidores a jejuarem, afirmou a polícia do país nesta segunda-feira (24).
Os corpos foram encontrados ao longo dos últimos três dias em Malindi, no leste do país. Os mortos faziam parte da Igreja Internacional da Boa Nova. O fundador da igreja, Makenzie Nthenge, incentivou os seguidores a fazerem jejum total "para conhecer Jesus", segundo as investigações.
Nthenge foi preso há dez dias, mas seus seguidores seguem escondidos jejuando, segundo a polícia.
Parte dos corpos estava em uma vala comum em uma floresta na região, mas o chefe das investigações local, Charles Kamau, afirmou que a polícia ainda busca por desaparecidos.
Na semana passada, as autoridades encontraram os corpos de quatro adeptos da igreja. Os investigadores chegaram à região após uma denúncia que apontava a existência de uma possível vala comum. Muitos adeptos da seita ainda estão escondidos em uma área de mata para fazer o jejum.
Uma mulher foi encontrada no domingo (23) pelas autoridades com fraqueza recusando-se a ingerir alimentos. Ela foi levada a um hospital. Outros 11 fiéis, sete homens e quatro mulheres de entre 17 e 49 anos, foram hospitalizados na semana passada após receberem ajuda na floresta, conhecida como Shakahola.
Uma fonte policial afirmou que Nthenge iniciou uma greve de fome e que "está orando e jejuando" enquanto permanece preso. Segundo a imprensa local, seis seguidores de Makenzie Nthenge também foram detidos.
Em um relatório, a polícia indicou que recebeu informações sobre várias pessoas "mortas de fome com o pretexto de conhecer Jesus depois que um suspeito, Makenzie Nthenge, pastor da Igreja Internacional da Boa Nova, fez nelas uma lavagem cerebral".
De acordo com a mídia local, Makenzie Nthenge já havia sido detido e indiciado no mês passado depois que duas crianças da seita morreram de fome. No entanto, ele pagou uma fiança de 100.000 xelins quenianos (cerca de R$ 3,7 mil) e foi liberado.