Publicada em 13/05/2023 às 10h44
Um dos desafios da administração estadual é conseguir a estabilidade no atendimento na rede pública de saúde, que há décadas está “internada”, com passagens pela “UTI” e de difícil solução. O governo Marcos Rocha (UB), que está no segundo mandato também padece no combate ao problema, pois no primeiro enfrentou a pandemia com a covid-19, que matou e mutilou muita gente no Brasil e no restante do mundo, além do “matadouro” humano que se tornou o trânsito em Porto Velho.
Rondônia é um Estado onde a motocicleta predomina nas cidades e também na área rural, onde o cavalo foi substituído pelo veículo de duas rodas. Nos comércios da área rural, onde antes ficavam os animais, boa parte puxando carroças, hoje está a motocicleta, veículo versátil, rápido, econômico, de fácil manutenção, mas perigoso.
Em Porto Velho, capital de Rondônia, maior centro urbano do Estado as motocicletas predominam. Em todos os semáforos é possível notar o enorme volume de motos disputando espaços com os carros, sem contar que boa parte deles “fura” a sinalização e, como fiscalização, orientação e organização no trânsito não existem, os abusos dos motoqueiros, não motociclistas, estão sempre envolvidos na maioria dos acidentes.
Durante a semana o governo do Estado distribuiu release à imprensa relacionado à área de saúde pública e, um dos assuntos explorados foi o enorme volume de acidentes envolvendo motocicletas em Porto Velho. Nos primeiros meses do ano ocorreram na capital mais de 1.300 acidentes com vítimas e 1.165 tendo a participação de motocicletas.
É importante destacar, que Porto Velho é a única capital do País, que não tem um Pronto Socorro Municipal. Toda a demanda de pacientes não somente da capital de Rondônia, mas casos mais graves do interior é encaminhada ao JP II, que não tem estrutura física e humana suficiente para poder dar conta do recado. Por isso as constantes denúncias de pacientes sendo atendidos em macas, ou colchões, no chão. O JP não tem condições de atender o elevado número de pacientes, inclusive do Amazonas e da Bolívia.
O corpo clínico, os grupos de enfermagem e burocrático fazem muito mais do que deveriam. O paciente tem que ser atendido. São verdadeiros heróis e não medem esforços na busca de salvar vidas, de amenizar a dor das pessoas, que necessitam de atendimento médico-hospitalar.
Esta semana o governo do Estado, via Sesau (secretária de Saúde) encaminhou pacientes para o Hospital de Base e de Retaguarda, e firmou convênio com o Santa Marcelina. 88 pacientes foram transferidos do JP II, que é um pronto socorro. No PS o correto é os pacientes serem atendidos e, caso seja necessário internamento transferidos para hospitais.
A realização do Mutirão da Saúde, que a Sesau, comandada pelo secretário Jefferson Rocha também vem sendo importante na melhoria da saúda pública estadual. Há dias foi aplicado em Guajará-Mirim, e, durante a semana, dezenas de pessoas que esperavam por atendimento há meses, até ano, nas áreas de cardiologia, urologia, ortopedia, dermatologia e geriatria receberam atendimento exemplar. Inclusive o trabalho foi destacado pela deputada Taíssa Sousa (PSC/Guajará-Mirim). Mais de 950 pessoas foram atendidas durante os dias de mutirão.
Em Porto Velho foi iniciada a construção do Hospital de Urgência e Emergência do Estado (Heuro) e o alicerce está em fase de conclusão. Com o Heuro, o JP, que foi implantado durante a construção da Hidrelétrica de Samuel, em Candeias do Jamari, inaugurada em 1989 será aliviado, talvez, com o passar do tempo desativado. Passou por inúmeras reformas, mas não tem condições de atender a demanda atual de pacientes, problema que só será solucionado com o Heuro. A primeira parte deverá ser entregue até o final deste ano. O Heuro terá 399 leitos, dez salas de cirurgias, área de hemodinâmica e 64 leitos de UTI.
Saúde pública com excelência é um desafio de qualquer administrador (presidente da República, governadores e prefeitos). Rondônia já teve o ex-deputado estadual Williames Pimentel, que realizou um trabalho satisfatório no comando da Sesau e agora Jefferson Rocha, que está no cargo desde o início do ano, mas vem promovendo um trabalho elogiado por deputados e outros segmentos políticos.
Jefferson tem problemas para ser mais eficiente, como oferecer um melhor atendimento no JP II, que não tem condições físicas para atender a enorme demanda. As dificuldades poderiam ser amenizadas, caso o trânsito em Porto Velho fosse organizado e fiscalizado, inclusive implantando estacionamento regulamentado em áreas de maior movimento como o centro da cidade e locais nas zonas Leste e Sul da cidade, como já tivemos em passado recente. Hoje é assustador e preocupante o número de acidentes envolvendo motocicletas, quase sempre em razão de avanço de sinal, ultrapassagens ilegais e excesso de velocidade.
Antes do novo Heuro, é necessário um trânsito mais organizado e menos violento em Porto Velho. Certamente não teríamos um número elevado de acidentes deixando pessoas mutiladas e sem plenas condições de trabalho, nada que um bom trabalho de conscientização permanente, efetiva, em parceria com o Detran-RO não resolveria.