Publicada em 15/05/2023 às 09h02
Professor Nazareno*
Há um velho e conhecido ditado popular que diz que política, religião e futebol não se discutem. Ledo engano. Discutem-se, sim! Não se misturam. A política e a religião há muito tempo já vinham sendo contaminadas pelos desmandos, roubalheiras e pela corrupção. Agora é a vez do futebol. Há mais de vinte anos sem ganhar um Copa do Mundo, o “esporte das multidões” enfrenta no Brasil uma decadência jamais vista. Como se não bastassem os resultados pífios da nossa fraquíssima seleção nacional e o jejum de times nacionais ganhando o mundial de clubes, eis que agora mais um escândalo de consequências inimagináveis assola o já fracassado futebol brasileiro. Máfias de apostas combinam jogos de vários campeonatos e aliciam jogadores para manipular os resultados de várias partidas. Tudo acertado antes dos jogos para enriquecer apostadores bandidos.
Vários jogadores são suspeitos de participar desse esquema fraudulento. Atletas do Santos, Fluminense, Goiás e Athletico Paranaense, todos times da série A, estão sendo acusados e vários deles já foram até demitidos. Há fortes suspeitas de que em outras divisões nacionais e também nos campeonatos estaduais essa prática delituosa tem sido uma constante. A pá de cal no nosso falido futebol poderá vir se a FIFA intervir na questão. O Brasil poderia ser suspenso por vários anos de qualquer competição internacional da modalidade. O problema é que na FIFA a corrupção também já andou de braçadas. Adeus à Copa do Mundo, Copa América, Conmebol Libertadores, Sul-Americana. Punidos pela vexatória situação, não poderíamos nem participar de amistosos internacionais. O futebol é um jogo e como tal não está isento de maracutaias como essa.
Até gosto um pouco do verdadeiro futebol. Hoje já consigo assistir aos dois tempos de algumas partidas. Não desconfiava de nada, mas agora ficarei atento. Por não dar total credibilidade a muitos praticantes desse esporte, sempre torci contra a seleção brasileira nas Copas do Mundo. O futebol jogado hoje só se presta a uma demanda mercantilista, infelizmente. Já pensou se grandes times nacionais como o Flamengo, Corinthians e Palmeiras, por exemplo, fossem rebaixados no campeonato brasileiro? E se o Real Ariquemes, Genus de Porto Velho e União de Cacoal disputassem a série A desse mesmo campeonato? Não é sonho muito menos algo difícil de acontecer. Basta a máfia amaldiçoada decidir e esse absurdo se tornaria uma realidade. O futebol brasileiro perdeu totalmente a pouca credibilidade que tinha. Os torcedores continuarão sendo enganados?
Antes de vestir a camisa de seu time de coração e sair urrando feito um abestado pelas ruas, procure saber como andam as apostas fora de campo. Um pênalti marcado, um cartão amarelo, uma falta, uma expulsão, um gol perdido. Tudo isso pode ser fake, pois já fora devidamente combinado antes com alguns jogadores para acontecer durante a partida. Quem diria que a violência das torcidas organizadas seria “fichinha” diante do que estava para acontecer no falido futebol brasileiro? No atual campeonato nacional, o Flamengo já chegou à zona de rebaixamento e o Botafogo do Rio de Janeiro é o líder da competição. E quem nos garante que isso é verdadeiro? Será que essa maldita máfia não “mexeu nos pauzinhos” e combinou tudo? O Brasil é o país do fracasso generalizado. Na religião, os donos das maiores seitas se juntaram à política e deram com os burros n’água. Na política tiramos um fascista e olha o que nós reelegemos. Só faltava mesmo o futebol.
*Foi professor em Porto Velho
(Leia o http://blogdotionaza.blogspot.com/)