Publicada em 01/05/2023 às 10h33
O papa Francisco presidiu neste domingo uma grande missa ao ar livre na Hungria, na qual pediu aos húngaros que não fechem as portas para imigrantes e para aqueles que são "estrangeiros ou diferentes de nós", em claro contraste com as políticas anti-imigração do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban.
Mais de 50 mil pessoas se reuniram dentro e ao redor da praça atrás do icônico edifício neogótico do parlamento de Budapeste, um marco da capital às margens do rio Danúbio, para ver o papa no último dia de sua visita ao país.
Ele prosseguiu em um tema que foi abordado desde o primeiro dia de sua visita na sexta-feira, quando alertou contra os perigos do nacionalismo crescente na Europa, mas colocando o assunto dentro do contexto do evangelho, dizendo que portas fechadas eram dolorosas e contrárias aos ensinamentos de Jesus.
Orban, um populista que esteve presente na missa, se enxerga e se anuncia como um protetor dos valores cristãos. Ele disse que não permitirá que a Hungria se transforme em um "país de imigrantes", como ele afirma que outros na Europa se tornaram, irreconhecíveis para seus povos nativos.
Em sua homilia, o papa Francisco, de 86 anos, disse que se os húngaros quisessem seguir Jesus, deveriam evitar "as portas fechadas do nosso individualismo em meio a uma sociedade cada vez mais isolada; as portas fechadas da nossa indiferença para com os desfavorecidos e os que sofrem; as portas fechadas aos estrangeiros ou àqueles diferentes de nós, aos imigrantes ou aos pobres".
Francisco acredita que os imigrantes que fogem da pobreza devem ser bem-vindos e integrados, porque podem enriquecer culturalmente os países que os acolhem e aumentar as populações cada vez mais envelhecidas da Europa.