Publicada em 26/05/2023 às 09h03
O Ministério das Relações Exteriores da França acusou o Irã, nesta quinta-feira (25/5), de violar uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que assegura o acordo nuclear de 2015.
A denúncia ocorre após o país islâmiconrealizar um teste de míssil balístico de longo alcance. Em nota, o governo da França condena a “nova violação” e teme uma “escalada nuclear” programada por Teerã.
“Essas atividades são ainda mais preocupantes no contexto da escalada ininterrupta do programa nuclear iraniano”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Anne-Claire Legendre.
Por outro lado, o governo do Irã nega buscar qualquer tipo de armamento nuclear.
De acordo com a mídia estatal IRNA, o Irã realizou testes com um míssil balístico, com alcance de 2 mil km e ogiva de 1,5 mil kg. Ainda de acordo com imprensa estatal, o lançamento é o mais recente em testes de mísseis balísiticos e satélites.
O armamento foi apresentado durante cerimônia que contou com a presença do ministro da Defesa, Mohammad Reza Ashtiani.
Em março, os Estados Unidos (EUA) afirmaram que levaria apenas alguns meses para o Irã construir uma bomba, caso o regime do aiatolá Ali Khamenei decidisse se tornar uma potência nuclear.
“O Irã poderia produzir material físsil para uma arma nuclear em menos de duas semanas e levaria apenas mais alguns meses para produzir uma arma nuclear real”, afirmou o general Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto.
A resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU pede que o país do Oriente Médio não conduza “nenhuma atividade” relacionada a mísseis balísticos capazes de lançar armas nucleares. No entanto, a linguagem ambígua dá brechas para outras interpretações.
Para autoridades ocidentais, embora os lançamentos sejam contra a 2231, eles não são uma violação do acordo nuclear central entre Irã, Reino Unido, China, França, Alemanha, Rússia e EUA.