Publicada em 10/05/2023 às 10h47
O deputado republicano George Santos foi preso, nesta quarta-feira (10/5), em Melville, em Long Island, Nova York, de acordo com o Departamento de Justiça. O congressista de origem brasileira entrou nos holofotes após a revelação de ter modificado o currículo para concorrer ao Congresso, acusações que ele admitiu.
Ele foi detido nesta quarta-feira em Nova York. Autoridades norte-americanas afirmam que o republicano é acusado de fraude, lavagem de dinheiro, apropriação de dinheiro público e declarações falsas. George Santos foi eleito em novembro de 2022 e integra a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
De acordo com as autoridades, caso seja condenado, Santos pode receber uma pena de prisão de até 20 anos na acusação principal, de crimes financeiros. Ele também é acusado de fraudar potenciais doadores para sua campanha e o estado de Nova York.
Nesse novo documento, a acusação incluiu um esquema, até agora desconhecido, em que o deputado obteve ilegalmente benefícios de desemprego nos EUA, similar ao seguro-desemprego no Brasil. Segundo os promotores, Santos alegou falsamente estar desempregado no verão de 2020, época na qual solicitou benefícios por meio do Departamento de Trabalho do Estado de Nova York.
Ainda conforme as autoridades, o republicano continuou a certificar falsamente seu desemprego na primavera seguinte, recebendo mais de U$ 24 mil (equivalente a R$ 118,8 mil) do estado. Durante o tempo em que alegava estar desempregado, George Santos foi contratado como diretor regional de uma empresa de investimentos na Flórida.
“Tomadas em conjunto, as alegações na acusação acusam Santos de confiar em repetidas desonestidades e enganos para subir aos salões do Congresso e enriquecer”, disse o procurador dos EUA Breon Peace em um comunicado. “Ele usou contribuições políticas para encher seus bolsos, ilegalmente solicitou benefícios de desemprego que deveriam ter ido para os nova-iorquinos que perderam seus empregos devido à pandemia e mentiram para a Câmara dos Deputados”.
Santos foi indiciado por 13 acusações, entre elas: sete acusações de fraude eletrônica, três acusações de lavagem de dinheiro, uma acusação de roubo de fundos públicos e duas acusações de fazer declarações materialmente falsas à Câmara dos Deputados.
Na terça-feira (9/5), a rede norte-americana da CNN, divulgou que promotores federais dos EUA apresentaram acusações formais contra Santos. Ainda segundo o jornal, o republicano deve comparecer ainda nesta quarta-feira ao tribunal federal do Distrito Leste de Nova York.
Mentiras
Logo após vencer as eleições, em 2022, o jornal The New York Times revelou que Santos inventou diversos aspectos da vida pessoal e profissional presentes no currículo. Entre as diversas alegações falsas, Santos declarou ter diplomas da Universidade de Nova York e do Baruch College, mas as instituições de ensino negam que ele tenha estudado lá.
O deputado também disse que sua mãe, Fátima Devolder, estaria nas Torres Gêmeas, em Nova York, em 11 de setembro de 2001, durante o atentado terrorista. Ainda sobre sua família, o parlamentar se elegeu com o discurso falso de que era judeu e os seus avós escaparam da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Desde as revelações das mentiras, George Santos enfrenta pedidos de renúncia por parte de políticos da oposição e do próprio partido, Republicanos, no qual algumas lideranças chegaram a formalizar um pedido para que ele deixasse o cargo.
O presidente do partido no condado de Nassau, em Nova Iorque, Joseph G. Cairo Jr., afirma que George Santos “desgraçou a Câmara dos Deputados e não o consideramos um de nossos congressistas”.
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