Publicada em 04/05/2023 às 10h52
Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Governo conservador, Akis Skertsos, questionou a metodologia utilizada pela RSF no seu relatório e garantiu que o documento "não reflete a situação da liberdade de imprensa na Grécia".
O relatório divulgado na quarta-feira pela RSF coloca a Grécia na posição 107 entre 180 países, atrás de países de regimes autoritários como Qatar, Tailândia, Chade e Serra Leoa.
Skertos sublinhou que não é possível a países com regimes autoritários e militares, "onde é conhecida a situação em que vivem os jornalistas", obter melhor posicionamento na liberdade de imprensa "do que um país democrático europeu", colocando em causa a metodologia utilizada pela organização responsável pelo relatório.
Embora a Grécia tenha subido uma posição em relação a 2022, a RSF explica no documento que isso se deveu apenas à queda de outros países.
A organização faz especial referência ao escândalo de escutas telefónicas a jornalistas e políticos pelos serviços secretos que eclodiu em agosto de 2022 e que qualifica como "a maior violação da liberdade de imprensa na União Europeia em 2022".
A RSF destaca ainda que a maior parte dos 'media' privados na Grécia está nas mãos de alguns empresários, enquanto os meios de comunicação social públicos continuam a estar sob a supervisão direta do Governo.
Após a divulgação do relatório, o principal partido da oposição na Grécia, o Syriza (esquerda), culpou diretamente o primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, pela situação da liberdade de imprensa no país nos últimos anos.