Publicada em 05/05/2023 às 14h55
"As duas placas de cobre danificadas da cúpula foram substituídas", disse Yelena Krilova, porta-voz da administração presidencial, à agência Interfax.
O Palácio do Senado, um edifício onde a bandeira tricolor russa tremula e que pode ser visto da Praça Vermelha, serve desde a queda da União Soviética em 1991 como gabinete do Presidente da Federação Russa.
No momento do suposto ataque, o Presidente russo, Vladimir Putin, não estava no local, mas na sua residência de campo em Novo-Ogariovo, onde passa a maior parte do dia.
Putin voltou ao seu escritório no Kremlin na quinta-feira para se encontrar com o ministro da Economia, Maxim Reshetnikov.
A imprensa local destacou que este ataque, que alguns meios de comunicação e analistas independentes e internacionais consideram encenado, foi o primeiro perpetrado contra o Kremlin desde a Segunda Guerra Mundial.
O Kremlin acusou os EUA de estarem por trás do ataque e outros em território russo, o que foi categoricamente negado por Washington.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também negou qualquer responsabilidade, dizendo que Kiev está apenas a defender-se e não tem alvos em solo russo.
Putin abordou hoje com o seu Conselho de Segurança a organização do desfile militar do Dia da Vitória, a 09 de maio, na Praça Vermelha, que assinala a vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, e que é a principal preocupação das autoridades após os ataques com 'drones', que Moscovo afirma terem como objetivo eliminar o Presidente russo.
A Presidência russa afirmou esta semana que a agenda das comemorações da vitória soviética sobre a Alemanha nazi em 1945 permanecerá intacta apesar daquele caso, que foi descrito como um "atentado terrorista" por Moscovo.
Cerca de vinte cidades russas já cancelaram o desfile militar por motivos de segurança.
O porta-voz do Kremlin também confirmou a presença de Putin no desfile na Praça Vermelha, onde o líder russo, como é tradição, fará um discurso.
Putin ainda não comentou o caso do ataque à sua residência oficial.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.