Publicada em 04/05/2023 às 08h50
Porto Velho, RO – A Universidade Federal de Rondônia (UNIR/RO), campus José Ribeiro Filho, ao menos no que diz respeito às salas de aula utilizadas pelo curso de Direito, blocos ID e 1G, fora tachada como incorrendo em “GRAU DE RISCO CRÍTICO”.
O status foi apontado pelo engenheiro civil André Rodrigues Novais em laudo técnico que, em sua conclusão, indica a necessidade de intervenção imediata para sanar os problemas encontrados na inspeção.
“Diante das constatações de anomalias verificadas nas salas de aula e banheiros, decorrentes da falta de manutenção periódica, classificamos o imóvel vistoriado, de maneira global, como de GRAU DE RISCO crítico, principalmente no que diz respeito às condições encontradas na cobertura e teto da edificação, que possuem em vista o impacto de desempenho tecnicamente irrecuperável (parcialmente), sendo necessária a intervenção imediata para sanar os problemas apontados no laudo de inspiração”, anotou o profissional.
Novais faz uma série de apontamentos sobre a parte elétrica, hidráulica, paredes e pisos, esquadrias, cobertura e madeiramento do telhado.
Em todos os itens o engenheiro assinalou defeitos.
“Em todas as salas de aula constatamos a ocorrência de condutores de energia totalmente expostos, sem o devido condutor, o que coloca em risco a integridade física de todos que ali circula”, indica.
Em outro trecho, alerta:
“Constatamos em cima da rampa de acesso às salas de aula, devido a um vazamento na calha a madeira do telhado apodreceu (com risco de queda de telhas sobre os pedestres) e assim sugerimos a remoção e a sua consequente substituição por outro madeiramento com urgência”, concluiu.
O Corpo de Bombeiros também esteve no local assinalando irregularidades oficialmente, como, por exemplo, o fato de o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPCD) estar desatualizado.
“Execução parcial dos sistemas preventivos. Iluminação e sinalização de emergência inexistentes. Sistema de hidrantes inoperante”, entre outros pontos foram detectados pela dupla vistoriadora, os bombeiros Tiago Gomes Diniz e Luciano de Menezes.
Com essas informações em mãos, o advogado Bruno Valverde Chahaira, diretor do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), alertou, com urgência, diversas autoridades tanto de Porto Velho, onde fica a unidade, quanto do Estado de Rondônia e da União.
Também enviou informações aos órgãos de fiscalização e controle a fim de que tomem conhecimento acerca da precariedade estrutural do campus e as eventuais consequências.
Chahaira já havia determinado, no início de abril, “a realização da atividade letiva, devidamente adaptada, por meio de Recursos Educacionais Digitais, Tecnologias de Informação e Comunicação (atividades remotas) enquanto subsistir a condição obstativa/impeditiva”.
Bruno Valverde Chahaira, diretor do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
“ESTAMOS EM ESTADO DE EMERGÊNCIA”
O diretor indica à Reitoria da UNIR “para que, diante da grave situação, AUTORIZE, em regime de urgência, as melhorias propostas por esta Chefia nas dependências utilizadas pelo curso de Direito, sem custo para a Universidade e custeadas por doações já conseguidas e que estão aguardando para iniciar [...]”.
São elas: troca do piso das salas, adequação da rede elétrica, instalação de data show nas salas, adequação do quadro utilizado pelos professores, iluminação, gesso, banheiros e pintura geral, “sempre na lógica do espírito coletivo com a Universidade colaborando no que puder, mesmo sabendo da situação delicada vivida”, acrescenta o causídico.
Ele anota:
“O momento exige mais atitudes e menos burocracias, estamos em ESTADO DE EMERGÊNCIA, precisamos salvar nossa UNIR”, pontua.
Chahaira encerra o manifesto encaminhado às autoridades do poder público e dos órgãos de fiscalização e controle falando sobre a necessidade de haver união para manter a UNIR.
“As medidas adotadas são paliativas mas necessárias para garantir o funcionamento do curso; dado o tempo necessário de resposta e aos riscos afetos à segurança e integridade física; que peça ajuda ao Estado e município para manutenção das atividades fora do Campus dado o elevado grau de fragilidade da infraestrutura”, pede.
E encerra:
“[...] que faça um chamado público para mobilização de doações e ajudas de pessoas físicas e jurídicas, sem olvidar agendas e ações em âmbito interministerial, voltadas ao mínimo restabelecimento das condições de segurança e higidez necessárias para que professores e técnicos possam laborar com tranquilidade, para que discentes possam exercer de forma plena o tripé ensino, pesquisa e extensão”, finalizou.
CONFIRA O LAUDO:
BOMBEIROS TAMBÉM ENCONTRAM IRREGULARIDADES: