Publicada em 23/05/2023 às 09h20
Um novo levantamento da Organização Metereológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas (ONU), mostrou que nos últimos 51 anos eventos climáticos extremos relacionados à água (tempestades, enchentes, ciclones etc) causaram 11.778 desastres, com mais de dois milhões de mortes. Além disso, as tragédias custaram aos cofres mundiais US$ 4,3 trilhões (R$ 21 trilhões).
Os países em processo de desenvolvimento foram os mais atingidos. Entre 1970 e 2021, eles registraram nove em cada 10 mortes e 60% das perdas econômicas mundiais devido a crise climática e condições climáticas extremas.
“Infelizmente, as comunidades mais vulneráveis suportam o peso do clima, do clima e dos riscos relacionados à água”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. Tempestades, enchentes, secas e queimadas são as maiores causas de perdas econônicas entre 1970 e 2021, segundo relatório da organização.
A OMM acredita que os países menos desenvolvidos sofreram um custo “desproporcionalmente alto” em relação ao tamanho de suas economias. “Graças aos alertas precoces e ao gerenciamento de desastres, essas taxas de mortalidade catastróficas agora são, felizmente, história. Avisos antecipados salvam vidas”, declarou Taalas.
Em países menos desenvolvidos, os desastres climáticos provocaram perdas econômicas de quase 30% do produto interno bruto (PIB). Já alguns desastres em pequenos estados insulares em desenvolvimento causaram perdas acima de 100%.
África
1.839 desastres;
733.585 mortes;
US$ 43 bilhões.
Na África, as secas foram responsáveis por 95% das mortes relatadas. O ciclone tropical Idai em março de 2019 foi o evento mais caro que ocorreu no continente africano (US$ 2,1 bilhões).
Ásia
3.6112 desastres;
984.263 mortes;
US$ 1,4 trilhão.
A Ásia compreende 47% de todas as mortes relatadas mundialmente, sendo os ciclones tropicais a principal causa. Bangladesh tem o maior número de óbitos no continente, com 520.758 mortes.
América do Sul
943 desastres;
58.484 mortes;
US$ 115,2 bilhões.
Enchentes correspondem a 61% dos desastres atribuídos a extremos climáticos e hídricos na América do Sul. As tragédias resultaram em 58.484 mortes e US$ 115,2 bilhões em perdas no PIB.
América do Norte, América Central e Caribe
2.107 desastres;
77.454 mortes;
US$ 2 trilhões.
A região foi responsável por 46% das perdas econômicas relatadas mundialmente, apenas os Estados Unidos (EUA) usaram US$ 1,7 trilhão. Os ciclones tropicais são as maiores causas dos desastres climáticos no continente.
Sudoeste do Pacífico
1.493 desastres;
66.951 mortes;
US$ 185,8 bilhões.
Na região, os ciclones tropicais foram a principal causa de morte.
Europa
1.784 desastres;
166.492 mortes;
US$ 562 bilhões.
Temperaturas extremas foram a principal causa de mortes relatadas e as inundações foram a principal causa de perdas econômicas no continente europeu.