Publicada em 08/05/2023 às 09h08
Com mais de 95% dos votos apurados, os partidos de direita venceram a eleição deste domingo (7/5) para o Conselho Constituinte do Chile. O novo conselho terá 50 integrantes e será responsável por elaborar a nova Constituição do país.
Segundo dados eleitorais, o Partido Republicano liderou a disputa com 35,5% dos votos. A sigla é considerada de extema-direita e tem como chefe o ex-candidato presidencial conservador José Antonio Kast.
Na segunda posição aparece a coalizão Unidad para Chile, liderada pelo presidente do país, Gabriel Boric, com pouco mais de 28% dos votos. A coalizão Chile Seguro, da direita tradicional, conseguiu 21,1% dos votos. O restante dos votos foi direcionado a partidos do centro.
Com os resultados, o Partido Republicano conseguiu mais de dois quintos das cadeiras disponíveis no Conselho Constituite do Chile – 22 no total. Unidad para Chile conquistaram 17 vagas e Chile Seguro outras 11.
Em 2020, quase 80% da população votou para redigir uma nova Constituição, após violentos protestos contra a desigualdade no país. Uma primeira reescrita da Constituição chegou a ser redigida, com foco em benefícios sociais, direitos ambientais, paridade de gênero e direitos indígenas. O texto, porém, foi rejeitado por 62% dos chilenos em plebiscito.
Cronograma de trabalho
Os integrantes do Conselho Constituite do Chile começarão a redigir a nova Constituição do país em junho, tendo como base um projeto elaborado por 24 especialistas constitucionais nomeados pelo Congresso chileno em março deste ano.
Para serem aprovados, os artigos precisarão da maioria de três quintos do Conselho. Pelo cronograma, a proposta deverá ser entregue para a revisão de uma comissão em outubro. No mês seguinte, a redação será concluída. Após o documento ser finalizado, os eleitores do Chile decidirão, em dezembro deste ano, pela aprovação ou rejeição da proposta.
A nova Constituição substituirá a que está em vigor, de 1980, da ditadura de Augusto Pinochet.