Publicada em 16/05/2023 às 08h22
A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (16/5), nova política de preços para os combustíveis derivados do petróleo, como gasolina e diesel, e o fim do atual modelo do Preço de Paridade de Importação (PPI), que vincula as tarifas à flutuação do valor praticado no mercado internacional.
O anúncio foi feito por meio de um comunicado da estatal. A regra do PPI está em vigor desde 2016.
“Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, diz a Petrobras.
De acordo com a empresa, “a estratégia comercial usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e o valor marginal para a Petrobras”.
“O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos. Já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”, afirma a estatal.
“Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, diz o comunicado.
Apesar de anunciar o fim do PPI e a mudança na política de preços, a Petrobras não informou qual será a fórmula utilizada para definir o peso de cada fator no novo cálculo de preços.
A companhia limita-se a dizer que “os ajustes de preços de diesel e gasolina continuarão a ser divulgados nos canais de comunicação aos clientes e no site da companhia, onde também são disponibilizadas informações referentes à sua parcela e dos demais agentes na formação e composição dos preços médios de combustíveis ao consumidor”.
A mudança na política de preços da Petrobras era um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticava o PPI desde a campanha eleitoral do ano passado. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também é crítico do modelo.
Na véspera do anúncio da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também criticou a política de preços da estatal, que classificou como “uma abstração”.
“A Petrobras, criminosamente, trabalhou contra o país nos últimos anos. O botijão de gás é vendido pela Petrobras 26% acima do preço do PPI. É um gás que, inclusive, é pago pelo governo para chegar na casa do pobre. A Petrobras tem gordura para poder queimar acima do PPI na gasolina e no diesel”, afirmou Silveira.