Publicada em 04/05/2023 às 13h16
Os mesmos cuidados de higienização adotados pela população durante a pandemia da covid-19, como o uso de máscaras, álcool em gel e evitar aglomerações, podem ser mantidos diariamente para evitar contaminações com os demais vírus de infecções respiratórias, como gripes e resfriados. Em Porto Velho, o aumento dos casos de síndromes gripais gera um alerta pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
A síndrome gripal é um conjunto de sintomas da gripe, como dor de garganta, tosse, calafrios, coriza e febre. Quando, além desses sintomas, o paciente apresenta falta de ar, dificuldades para respirar, baixa oxigenação no sangue e dor persistente no peito, o caso é diagnosticado como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De janeiro até o final de abril, 218 pacientes foram internados em Porto Velho com a doença.
O mapeamento dos vírus respiratórios circulantes no município é feito através da Policlínica Ana Adelaide, que atua como uma unidade sentinela. Eulina Cruz, coordenadora de Vigilância das Unidades Sentinelas de Influenza e covid, explica que para concluir a identificação, são coletadas 5 amostras de secreção nasal por semana entre os pacientes atendidos por síndrome gripal.
“Essa coleta tem como objetivo saber quantos e quais vírus circulantes estão no município, com finalidade de trabalhar a produção das vacinas contra a influenza e covid-19. Por meio das amostras, é possível identificar 21 tipos de vírus”, afirma.
Além da unidade sentinela, as equipes de vigilância em saúde da Semusa fazem o monitoramento dos pacientes que foram diagnosticados com síndrome gripal e agravaram o caso para a SRAG.
“O paciente que tem gripe e desenvolve a SRAG é internado, seja na rede pública ou na rede privada, e nós realizamos também o monitoramento dessas pessoas por meio de um sistema nacional e online, que verifica tanto o estado de saúde, como registros de óbitos”.
Todas as unidades de saúde municipais estão aptas para realizar o atendimento
Este ano, até o momento, Porto Velho registrou oito mortes por covid-19 e uma morte por influenza B. O número de óbitos em um período mais brando da pandemia, acende o alerta de que o cuidado da população deve ser redobrado. A coordenadora ressalta que os sintomas gripais não devem ser ignorados e tratados em casa.
“É importante que a população não fique mais em casa pensando que gripe só se trata em casa. Tendo um diagnóstico precoce, o profissional de saúde vai orientar a melhor conduta a ser seguida. É necessário ter essa identificação se é uma gripe, covid ou resfriado, até porque todas as doenças apresentam sintomas muito parecidos, por isso é importante procurar um médico para evitar o tratamento errado”.
O QUE FAZER?
Ao início dos sintomas de gripe, como coriza, febre baixa e dor no corpo, os pacientes devem procurar uma unidade de saúde para serem atendidos. Desse modo, o profissional de saúde consegue examinar e fechar o diagnóstico, observando se é gripe, resfriado, influenza ou covid. Em Porto Velho, todas as unidades básicas fazem exames de covid e possuem profissionais para realizar o atendimento. De acordo com a médica Neila Zaffari, os cuidados e atenção devem ser tomados principalmente por crianças, idosos e gestantes.
“O tempo médio dos sintomas de síndromes gripais tem duração de cinco a sete dias. Em casos de agravamento dos sintomas, como febre acima de 38 graus, desconforto respiratório, falta de ar e cansaço, a partir do segundo ou terceiro dia, as unidades de pronto atendimento têm que ser procuradas imediatamente”.
As recomendações de cuidado e etiqueta de higiene devem ser fortalecidas também no período em que o paciente estiver doente.
“Sabemos que essa época aumenta a predominância de pessoas com gripe, mas não podemos esquecer do uso da máscara, além da higienização das mãos e evitar locais aglomerados, principalmente com pessoas que estão tossindo ou gripadas”.