Publicada em 17/05/2023 às 14h16
Porto Velho, RO – O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) destacou a derrubada da floresta amazônica em seu site oficial. Segundo o órgão, houve redução de 36% no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, isso não foi suficiente para evitar que 2023 se destacasse como um dos anos com maior desmatamento nos primeiros quatro meses em 16 anos.
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Desmatamento na Amazônia cai 36% de janeiro a abril, mas é o 3º maior desde 2008
De acordo com dados de monitoramento por satélite do Imazon, a destruição acumulada atingiu 1.203 km² nesse período, sendo a terceira maior desde 2008, quando as medições tiveram início. Este ano registrou um desempenho melhor apenas em relação aos primeiros quadrimestres de 2021 e 2022, quando o desmatamento aumentou significativamente na região.
Somente em abril, a redução do desmatamento foi de 72%, caindo de 1.197 km² em 2022 para 336 km² em 2023. Essa diminuição precisa continuar durante o "verão amazônico", período de seca na região, que ocorre entre maio e junho e geralmente apresenta um aumento na derrubada de árvores.
"Embora a redução observada em abril seja um fator positivo, a área desmatada ainda foi a quarta maior para o mês desde 2008. Isso indica a necessidade de implementar medidas de fiscalização, identificação e punição dos responsáveis pelo desmatamento ilegal nas áreas mais pressionadas, com foco nas florestas públicas sem uso definido e nas áreas protegidas, especialmente durante o verão amazônico, período em que historicamente o desmatamento tende a aumentar", afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Roraima e Tocantins registram aumento no desmatamento
Apesar da redução no desmatamento acumulado na Amazônia, Roraima e Tocantins apresentaram aumentos em seus territórios. A situação mais crítica ocorreu em Roraima, onde o desmatamento aumentou de 63 km² de janeiro a abril de 2022 para 107 km² no mesmo período deste ano, um aumento de 73%.
Essa pressão tem afetado tanto as terras indígenas, como a Yanomami e a Manoá/Pium, quanto os assentamentos roraimenses, como o Paredão, o Caxias e o Taboca, que estão entre os dez territórios mais desmatados em suas categorias em abril. Já Tocantins registrou um crescimento de 25% no desmatamento, passando de 4 km² de janeiro a abril de 2022 para 5 km² no mesmo período deste ano.
Mato Grosso, Amazonas e Pará continuam liderando em áreas desmatadas
Embora tenham registrado redução no desmatamento, Mato Grosso, Amazonas e Pará ainda são os estados com as maiores áreas desmatadas na Amazônia. De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso desmatou 400 km² de floresta, Amazonas 272 km² e Pará 258 km², representando 33%, 23% e 21% do total na região, respectivamente. Isso significa que juntos esses estados foram responsáveis por 77% do desmatamento ocorrido nos primeiros quatro meses de 2023.
Rondônia possui quatro das dez unidades de conservação mais desmatadas
Rondônia, o quarto estado com maior desmatamento na Amazônia tanto nos primeiros quatro meses deste ano (113 km²) quanto apenas em abril (52 km²), também tem se destacado negativamente em relação às áreas protegidas. Em abril, o estado teve quatro das dez unidades de conservação mais desmatadas na Amazônia: PES de Guajará-Mirim, Resex Jaci Paraná, Resex Rio Preto-Jacundá e Resex Angelim.
Em Rondônia, 46% do desmatamento ocorrido em abril concentrou-se na capital, Porto Velho, que foi o segundo município mais afetado pelo desmatamento na Amazônia. Além disso, o estado também teve a terceira terra indígena mais devastada da região, a Igarapé Lage.