Publicada em 24/05/2023 às 09h20
A Rússia fez uma nova ameaça de conflito nuclear nesta terça-feira (23/5), dias após os Estados Unidos aprovarem o envio de caças americanos F-16 para a Ucrânia.
“A Otan não leva a sério este cenário [de conflito nuclear]. Caso contrário, a Otan não teria fornecido armas tão perigosas ao regime ucraniano. Aparentemente, eles acham que um conflito nuclear, ou um apocalipse nuclear, nunca é possível”, disse o presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.
Fabricados por uma empresa dos EUA, o envio dos jatos F-16 de países europeus para a Ucrânia dependia da aprovação do governo norte-americano e era uma antiga reinvindicação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Após o anúncio da liberação, durante a cúpula do G7 no Japão, o governo da Rússia reagiu e afirmou que o envio dos armamentos e o treinamento de pilotos ucranianos em países membros da Otan poderia ser interpretado como uma participação direta da aliança militar liderada pelos EUA na guerra da Ucrânia.
“Vemos que os países ocidentais continuam aderindo ao cenário de escalada. Isso envolve enormes riscos para eles mesmos”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko.
EUA e Otan negam aproximação com a guerra
Apesar das acusações russas, o governo dos Estados Unidos negou que a liberação dos caças F-16 e do treinamento de pilotos ucranianos representava uma interferência direta na guerra da Ucrânia.
No último domingo (21/5), Joe Biden afirmou ter a garantia de que o presidente ucraniano não usaria os caças para ataques em território russo, o que poderia aumentar ainda mais as tensões entre Rússia e Ocidente. “Tenho uma garantia absoluta do Zelensky de que eles não usarão [os F-16] para entrar no território geográfico russo”, disse o presidente dos EUA.
Além disso, o Pentágono informou que os caças devem ser baseados na Ucrânia após a entrega, e que o assunto não se trata de “uma capacidade da Otan” mas sim uma possibilidade de defesa para ucranianos.
Nesta terça-feira (23/5), o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, reiterou a posição do bloco militar, e afirmou que o treinamento de pilotos por países da organização não significa que a aliança faça parte do conflito.
“Isso não faz da Otan e de seus aliados parte no conflito”, afirmou em conversa com repórteres em Bruxelas, na Holanda.