Publicada em 13/05/2023 às 09h47
Porto Velho, RO – Do primeiro mandato para cá, Coronel Chrisóstomo, do PL, que já era uma figura relativamente caricata por conta dos berros histriônicos e postura espalhafatosa, “evolui”. Ou, melhor dizendo, regrediu, sem aspas.
Na era Jair Bolsonaro, seu correligionário, os impropérios serviam basicamente para exaltar a figura do ex-presidente. Lado outro, como havia um Marcos Rogério em seu caminho, atualmente também seu colega de legenda, perdia feio na hora de tentar ombrear com o congressita no quesito subalternidade.
Agora, em 2023, reconduzido ao Poder democraticamentre, porém, paralelamente, assistindo ao seu ídolo-mor ser levado à lona pelas mesmas urnas que o credenciaram para representar o povo rondoniense por mais quatro anos, o membro da Câmara dos Deputados ganhou de presente um esteio para se escorar. No caso, a gestão do PT.
Reavivando o mais puro “suco” de bolsonarismo remoto, aquele que nos idos de 2018 germinava ódio visceral por quaisquer figuras na vida pública que não fossem o Messias, enfim, o Messias deles, o capitão reformado do Exército brasileiro, Chrisóstomo testa os limites do decoro parlamentar e da sua imunidade enquanto congressista brasileiro.
Vai além, entretanto, rompendo com características basilares das relações humanas, esfacelando conceitos de urbanidade, educação, respeito e cordialidade.
No decorrer desta semana, por exemplo, ganhou as manchetes nos noticiários nacionais por ameaçar o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino. Não contente em fazê-lo, também o ironizou, denominando-o como “sobrepeso”, debochando do fato de o ex-juiz ser obeso. Ignorando, inclusive, que a obesidade é uma doença crônica, status sacramentado por entidades médicas nacionais e internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
E não parou na Tribuna.
Fora dela, ao falar exclusivamente com o site Extra de Rondônia, dias após o pronuciamento belicoso e preconceituoso, Chrisóstomo reiterou as ofensas, reafirmou sua vontade em ver Flávio Dino levando “porrada” e “cacete”, e estendeu a saraivada de impropérios ao presidente Lula, a quem acusou de “andar mijado”.
É inacreditável que em pleno Século XXI o parlamento tenha se transformado nisso, e, no fim, o cidadão-médio ter de compreender que a postura do militar é a média do comportamento representativo nos postos de Poder.
Eles, definivamente, podem tudo.