Publicada em 10/06/2023 às 06h40
Porto Velho, RO – Pode-se dizer o que quiser a respeito dele, porém a realidade é que Ivo Narciso Cassol, do Progressistas, é, de longe, um dos políticos mais populares de Rondônia.
Seu último mandato como senador da República encerrou no dia 1º de janeiro de 2019, e, desde então, por uma ruma de problemas envoltos à Justiça preserva um status de constrição eleitoral.
O ano passado foi o seu maior teste, quando orgulho e o próprio narcisismo sugerido pelo nome do meio lhe fizeram sonhar com a postulação ao Governo de Rondônia.
E ele bem que tentou.
Isto, participando de eventos cheio de pompa, com várias lideranças e a presença importantíssima da irmã, Jaqueline Cassol, da mesma legenda, que assim como Mariana Carvalho, do Republicanos, quis dar um “passo maior do que a perna” ao disputar a cadeira ao Senado Federal.
As duas foram “tratoradas” em termos de votação pelo pecuarista Jaime Bagattoli, do PL de Marcos Rogério, congressista licenciado, e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em setembro de 2022, Cassol, quando apresentou a desistência oficialmente abrindo mão prematuramente da corrida eleitoral a fim de evitar o pesado malhete do Supremo Tribunal Federal (STF), ou seja, não quis pagar para ver – e com razão –, também garantiu sua saída da política, de modo geral.
"Eu quero dizer para vocês que eu estou fora da política. É a realidade. Saio de cabeça erguida, com dever cumprido. Fiz a minha parte. Eu poderia continuar, não vou continuar porque acho uma humilhação pelo que eu fiz, pelo que eu trabalhei, pelo que eu construí", disse Cassol à ocasião.
Naquela época seu nome era tão forte que na última cotação eletiva antes de jogar a toalha surgia tecnicamente empatado com o governador reeleito Coronel Marcos Rocha, do União Brasil.
Resumidamente, não se pode tratá-lo com desdém.
E é aí que entra a pergunta-título deste editorial:
Após declarar sua saída da política, o ex-governador Ivo Cassol ainda tem vez em Rondônia como candidato ou cabo eleitoral?
A resposta é simples, como eventual concorrente, num panorama em que sua ficha esteja cem por cento limpa, sem entraves legais, ele foi, é e sempre será uma ameaça aos adversários.
Lado outro, enquanto perdurar seu calvário, nada disso importa vez que quaisquer tentativas serão sumariamente obliteradas pela toga.
Já na função de cabo eleitoral, o retrospecto não é favorável. De membros da sua família a figuras excêntricas do empresariado e até da cultura popular, Cassol nunca se deu muito bem no quesito “transmissão de voto”.
E aí ficaram pelo caminho nomes como: Ivan da Saga, DJ Maluco, sua esposa Ivone, seu genro Júnior Raposo, e, mais recentemente, como já citado, a irmã Jaqueline.
Trocando em miúdos, parece ser o “crepúsculo” da vida pública de um dos personagens mais poderosos em flancos rondonienses.
Agora, duvidar de sua capacidade de “brigar” por si e pelos seus é cometer erro crasso e grosseiro de antemão. Porque o possível “crepúsculo” pode ser no fim uma nova “alvorada”.