Publicada em 07/06/2023 às 09h04
Meses após EUA e Reino Unido anunciarem o fornecimento de submarinos nucleares para a Austrália com o pacto militar Aukus, o governo da China afirmou que a aliança é uma ameaça ao sistema internacional de não proliferação nuclear e exige que os três países interrompam o projeto.
“A parceria de segurança Aukus e a cooperação submarina nuclear relacionada criam riscos de proliferação nuclear, ameaçam o sistema internacional de não proliferação nuclear, prejudicam o Tratado da Zona Livre Nuclear do Pacífico Sul e prejudicam os esforços dos países da Asean [Associação de Nações do Sudeste Asiático] para estabelecer uma zona livre de armas nucleares”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, nesta terça-feira (6/6).
Segundo o funcionário do governo chinês, a cooperação militar entre EUA, Reino Unido e Austrália pode “desencadear um comportamento semelhante em outros países não nucleares, transformando a região em uma arena de corrida armamentista”.
Anunciado em março deste ano, o pacto militar Aukus visa apoiar a aquisição de submarinos de propulsão nuclear por parte da Austrália, além da cooperação e treinamento entre as marinhas dos três países e a construção de um submarino desenvolvido de forma trilateral utilizando tecnologias das três nações.
Durante o lançamento do pacto, o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese afirmou que a aquisição dos submarinos que utilizam energia nuclear não representava um avanço na proliferação de armas nucleares e garantiu que a Austrália seguiria cumprindo suas obrigações de não-proliferação de armas de destruição em massa.
Na ocasião, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) também se manifestou e afirmou que os países envolvidos no Aukus se comprometeram a não avançar na construção de armas nucleares.
Ainda assim, a China voltou a criticar a aliança e insistiu que os três países parem com a cooperação militar.
“Pedimos mais uma vez aos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália que atendam às preocupações da comunidade internacional e interrompam os atos de proliferação nuclear, como a cooperação em submarinos nucleares”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.