Publicada em 20/06/2023 às 09h54
Cientistas dos Estados Unidos e do Reino Unido garantem ter criado o primeiro embrião sintético da história a partir de células-tronco, sem uso de óvulos nem espermatozoides. O estudo foi apresentado durante uma reunião da Sociedade Internacional para Pesquisa em Células-Tronco (ISSCR, na sigla em inglês), na quarta-feira 14, e noticicou o jornal britânico The Guardian.
Mesmo que os embriões sejam parecidos com os reais em estágio inicial de desenvolvimento, não possuem todas as características de um natural, como coração ou estrutura cerebral. O experimento, contudo, tem células que podem levar à formação da placenta e do saco vitelino.
O estudo é chefiado por Magdalena Żernicka-Goetz, da Universidade Cambridge.
Ética do ‘embrião sintético’
A equipe responsável pela pesquisa diz querer entender por que gestações falham. Essa preocupação tem crescido, por causa da popularização de métodos de fertilização assistida. Também há a expectativa de que os resultados possam contribuir para o estudo de doenças genéticas.
Os pesquisadores ainda não sabem como esses tipos de embriões se desenvolveriam, caso implantadas em um útero humano. Além disso, o procedimento seria ilegal no Brasil.
Embriões naturais, fertilizados em laboratório a partir de óvulos e espermatozoides, só podem ser cultivados legalmente por até 14 dias. No entanto, os embriões sintéticos do estudo não estão cobertos por essa legislação e teriam sido cultivados até atingir um estágio além dessa marca: o da gastrulação, quando o embrião deixa de ser um aglomerado de células idênticas e passa a formar unidades distintas que formarão estruturas básicas para o desenvolvimento de um feto.