Publicada em 16/06/2023 às 14h48
"Continuaremos a monitorar a situação de perto e com cautela. Não temos motivos para readaptar nossa política nuclear. Não há indícios de que a Rússia esteja se preparando para usar as armas", disse o chefe da diplomacia norte-americana.
Blinken defendeu que a transferência desse tipo de armas para a Bielorrússia é mais uma "provocação" por parte do Kremlin e uma "decisão irresponsável" do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, a quem acusa de estar cedendo soberania ao país vizinho.
O secretário de Estado norte-americano disse que é irônico que o líder russo, Vladimir Putin, esteja colocando armas nucleares táticas na Bielorrússia, quando um dos pretextos que usou para a invasão na Ucrânia foi justamente impedir que Kiev obtivesse armas atômicas.
Blinken lembrou que tanto a Ucrânia quanto a Bielorrússia abriram mão voluntariamente de suas armas nucleares quando a União Soviética se desintegrou.
Hoje, Putin anunciou que a Rússia transferiu as primeiras armas nucleares táticas para a Bielorrússia.
"As primeiras ogivas nucleares foram entregues no território da Bielorrússia", disse Putin, em um discurso no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
A transferência de armas nucleares táticas russas para o país vizinho foi anunciada em março por Putin e pelo homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Os ministros da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, e da Bielorrússia, Viktor Khrenin, assinaram no final de maio, em Minsk, os documentos que regulam o armazenamento de armas nucleares não estratégicas no território da ex-República soviética.