Publicada em 20/06/2023 às 10h25
O empresário Carlos Ghosn, de 69 anos, ex-CEO da montadora japonesa Nissan, está processando a empresa e cobrando mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,7 bilhões) de indenização, alegando que sofreu “danos profundos” causados por sua demissão, em 2018.
A ação de Ghosn foi apresentada ao Tribunal de Cassação do Líbano. O empresário vive no país desde 2019, quando deixou o Japão, fugindo de julgamento.
Ghosn foi preso em novembro de 2018, acusado de omitir parte de seus rendimentos e usar indevidamente verbas da montadora.
A prisão de Ghosn causou perplexidade na indústria automobilística. Desde então, a Nissan enfrenta uma crise que ainda não foi totalmente superada. O executivo foi o responsável pela aliança entre a montadora japonesa e a Renault.
Ghosn ainda responde por acusações criminais no Japão, além de uma ação civil movida pela Nissan.
“As acusações sérias contra mim permanecerão na mente das pessoas por anos”, lamentou Ghosn na ação apresentada à Justiça. Ele afirma que sofrerá com elas “pelo resto de sua vida, porque têm impactos persistentes e duradouros, mesmo que baseados por mera suspeita”.
O processo movido pelo executivo cobra da Nissan US$ 588 milhões em compensações e custos perdidos e US$ 500 milhões em medidas punitivas.
Em 2020, um painel da Oganização das Nações Unidas (ONU) concluiu que a prisão de Ghosn não era necessária e violava seus direitos. O Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas classificou a detenção como “fundamentalmente injusta”.
Nascido no Brasil, o empresário é filho de pais libaneses. Ele passou grande parte de sua infância e adolescência no Líbano.
Depois de estudar na França, foi para a Renault, em 1996. Três anos depois, assumiu o comando da Nissan.