Publicada em 24/06/2023 às 09h03
Coronel Chrisóstomo só vê "defeitos" nos outros / Fotomontagem
Porto Velho, RO – O espelho do deputado federal de Rondônia Coronel Chrisóstomo, do PL, está quebrado. É a única explicação plausível para a saraivada de ofensas direcionadas ao ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino em relação ao seu peso.
Agindo assim, aos berros, histriônico como de costume, forçando a barra para ser uma espécie de Marcos Rogério 2.0 na Câmara Federal – embora exagerando na emulação –, o militar, cheio de si, exibe autoestima louvável e fora do comum.
O militar muito provavelmente se enxerga como o suprassumo da beleza: um ébano talhado em músculos, saudável, perfeito, alçado, desde cedo, ao patamar inalcançável de venustidade.
Do Panteão Grego seria no mínimo Apolo, ao menos em sua cabeça otimista no quesito própria aparência.
E a verdade é que o membro da bancada federal mais problemático eleito pelo estado de Rondônia pode não ser exatamente do jeito que se rascunha no imaginário, mas está “bem” fisicamente.
Isto, ao menos para quem acabou de chegar aos 64 anos [festejados na última sexta-feira, 23], avançando rumo à sétima década de existência.
Chrisóstomo dando os parabéns para si mesmo / Reprodução
Aliás, sobre isso, é sintomática a sua carência de atenção quando entra de forma magistral naquele grupo de figuras públicas que costuma “se dar” parabéns nas redes socias em aniversários. “Olhem para mim, estou de aniversário, me deem os parabéns...”. Algo mais ou menos nessa vibe.
Agora, seu problema principal não está no formato. Longe disso. Reside, lado outro, no campo da cognição.
Essa realidade paralela em que se pinta como autoridade máxima no Brasil, não só xingando o titular da pasta de Justiça e Segurança Pública do governo Lula, do PT, mas ao mesmo tempo ameaçando-o, o insere numa zona de perigo à qual só se salva pela insignificância política em espectro nacional.
Notícias e manchetes só negativas quando exagera nos decibéis desancando impropérios na Tribuna como se a sociedade inteira fosse surda.
Só falta engolir o microfone do Plenário em determinas ocasiões, tamanha sua incisividade para proferir “abobrinhas” oficiais.
É como se tentasse convencer as pessoas de que ele é, ou fora, um exímio representante das Forças Armadas, sempre pronto para guerrear em nome do País e do seu povo; enquanto a realidade e a gravidade o lançam ao chão, quando como, por exemplo, caiu da bicicleta durante a campanha de 2022.
O deputado caiu da bicicleta em 2022, durante a campanha / Reprodução
Um oficial que não conseque se equilibrar sobre duas rodas presumivelmente não teria a mínima condição sequer de se salvar, quiçá de proteger propriedades e cidadãos.
Por isso, sem ter resultados práticos para propagandear, o parlamentar se arvora a falácias, conversa fiada, provocações e insultos. E talvez tenha de responder por isso.
Da nova bancada, certamente é o mais improdutivo. Mas há tempo para se reconhecer. Para encarar seu reflexo e mudar de postura. Basta querer. Mas será que quer?