Publicada em 28/06/2023 às 08h46
A transferência das tropas mercenárias russas do Grupo Wagner para a Belarus deixaram países integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em alerta. Em coletiva de imprensa após reunião na Holanda, nessa terça-feira (27/6), representantes da entidade internacional demonstraram preocupação com o agravamento da situação de “instabilidade regional” em função da presença dos mercenários.
Além de fazer fronteira com a Ucrânia, Belarus tem como vizinhos três membros da aliança militar: Polônia, Letônia e Lituânia. No entanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, garantiu que está pronto para se defender de qualquer ameaça.
“Enviamos uma mensagem clara a Moscou e Minsk [capital de Belarus] que a Otan está lá para proteger cada aliado, cada centímetro do território da Otan. Fazemos isso por meio de comunicação e também a partir de ações”, declarou Stoltenberg.
Segundo o secretário-geral, “ainda é muito cedo para tirar conclusões sobre as consequências a longo prazo, incluindo para a Otan”. No entanto, a organização “está monitorando de perto a situação, e já aumentou a preparação e presença militar na parte oriental da aliança”.
Stoltenberg frisou ainda que “não há espaços para mal-entendidos em Moscou ou Misk” sobre a habilidade da Otan de defender seus aliados contra “qualquer ameaça em potencial, independentemente de quais sejam as consequências finais da movimentação das forças do Grupo Wagner”.
Instabilidade na Rússia
O Grupo Wagner rebelou-se contra o governo de Vladmir Putin no último fim de semana. A situação foi controlada após mediação do governo da Belarus e, na segunda-feira (26), lideranças da milícia deixaram a Rússia.
Fundado em 2014, o Ggrupo Wagner é um conjunto de paramilitares que atua em guerras ao redor do mundo. Ele está presente na península ucraniana da Crimeia e chegou a ajudar forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região.
Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, o governo russo contou com a ajuda do grupo de mercenários para avançar nas batalhas contra o exército do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como nos embates das cidades de Bakhmut e Soledar.
Acredita-se que o grupo paramilitar seja composto, principalmente, por ex-soldados de elite do exército russo, além de prisioneiros e civis do país de Putin. Estima-se que o grupo tenha cerca de 25 mil soldados lutando na Ucrânia.